O litoral gaúcho registrou um aumento no número de queimaduras por água-viva nesta temporada de verão, de acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS). Os dados da Operação Verão Total revelam que, entre 20 de dezembro de 2024 e 2 de janeiro de 2025, ocorreram 18.388 queimaduras, um aumento impressionante de 256,8% em comparação com o mesmo período da temporada passada, que registrou 5.153 casos.
O Litoral Norte foi o mais afetado, com 17.835 queimaduras, representando um aumento de 264,8% em relação aos 4.888 casos registrados no verão anterior. O Litoral Sul também experimentou um aumento significativo, com 553 casos este verão, contra 265 no mesmo período do ano passado, o que representa um aumento de 108,6%.
As águas-vivas possuem tentáculos com células urticantes que ao tocar a pele de banhistas, podem causar dor local, erupção cutânea, bolhas e vermelhidão. Conhecidas como mães d’água ou caravelas, as águas vivas são animais aquáticos e de aparência frágil, porém constituídos de estruturas que parecem queimar.
De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado (Sema), a grande presença de águas-vivas ocorre por conta do aumento da temperatura e da claridade da água.
Como prevenir acidentes
Durante os períodos de maior incidência, é aconselhável evitar nadar em locais com muitos tentáculos visíveis, já que mesmo sem o animal estar visível, os tentáculos podem ainda estar presentes na água.
Além disso, o CBMRS sinaliza as melhores condições de banho, de acordo com as bandeiras hasteadas nas guaritas. As bandeiras coloridas auxiliam o banhista a identificar não apenas as condições das ondas, mas a área mais segura para banho.
Bandeira roxa – informa que o mar tem presença de água-viva e não é recomendado entrar na água naquele local.
Bandeira verde – Indica a inexistência de buracos e pouca formação de ondas, com correntes fracas ou inexistentes. A área de cobertura do guarda-vidas é de 300 metros, sendo 150 metros de distância à direito ou à esquerda da guarita.
Bandeira amarela – Indica maior necessidade de atenção. Deve-se tomar cuidado com ondas, buracos e correntes de retorno. A área de cobertura do guarda-vidas é de 200 metros, sendo 100 metros de distância à direita ou à esquerda da guarita.
Bandeira vermelha – Indica que o mar está apresentando grandes ondas, buracos e correnteza forte. Crianças e pessoas com dificuldade de locomoção podem ser arrastadas. A área de cobertura do guarda-vidas é de 100 metros, 50 metros de distância à direita ou à esquerda da guarita.
O que fazer em caso de queimadura com água-viva?
A orientação da área técnica do Centro de Informação Toxicológica CIT/RS é que o primeiro atendimento realizado pelo salva-vidas na praia já é o suficiente para a maioria dos casos. As guaritas estão equipadas com vinagre que é aplicado imediatamente pelos salva-vidas. Além desse atendimento inicial o CIT/RS ainda indica:
- lavar o local atingido com água do mar;
- não lavar com água doce (torneira);
- não usar álcool ou qualquer outra substância;
- remover suavemente os tentáculos aderidos na pele;
- não esfregar o local;
- realizar banhos e compressas com vinagre (ou solução salina);
- aplicar bolsas de gelo em gel;
- restringir o movimento da área afetada;
- não aplicar substâncias sem indicação médica.
Em casos mais extremos, com reações alérgicas graves ou se a dor for muito intensa, é necessário procurar auxílio médico.