Foto: Carlos Dickow / Folha do MateAdriano Frietto e João Batista (na tribuna) foram os representantes dos professores
Adriano Frietto e João Batista (na tribuna) foram os representantes dos professores

A sessão da Câmara Municipal de Vereadores de Venâncio Aires desta segunda-feira, 25, teve maior parte reservada para debate sobre o assunto que coloca em rota de colisão os professores municipais de séries finais e a Secretaria de Educação: o cumprimento do quinto turno. Para o ano de 2019 será exigido que os educadores permaneçam nos ambientes escolares durante toda a carga horária. Dessa forma, quem tinha por hábito, por exemplo, planejar atividades em casa, terá de se readequar e fazer isso nas escolas.

O professor Adriano Frietto, da Escola Coronel Thomaz Pereira, e o representante do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, João Batista, ocuparam o espaço da Tribuna Livre para falar sobre a insatisfação dos educadores com a determinação da Secretaria de Educação. “Sabemos que não é ilegal, mas pensávamos em um processo gradativo e ponderado, não dessa forma autoritária. Muitas de nossas escolas sequer oferecem condições tecnológicas e de infraestrutura aos professores”, disse Frietto. Batista reforçou o fato de a medida ser aplicada de maneira “impositiva e imediata”. Para os dois, pode haver aumento de atestados médicos, por exemplo, em virtude da sobrecarga das equipes escolares e diretivas.

Foto: Vanessa Behling / AI CâmaraSecretária de Educação, Joice Battisti Gassen, disse que determinação é irreversível
Secretária de Educação, Joice Battisti Gassen, disse que determinação é irreversível

CONTRAPONTO – Após a explanação de Frietto e Batista, foi a vez da secretária de Educação, Joice Battist Gasse, ir à tribuna. Entre as justificativas para exigência do cumprimento do quinto turno nas escolas, declarou que os professores são remunerados por este período e que a permanência no ambiente escolar pode contribuir para maior integração de educadores, contato e percepção das dificuldades dos estudantes e, na sua opinião, até mesmo elevação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A titular da pasta afirmou ainda que jamais foi procurada pelos professores para dialogar a respeito da insatisfação agora anunciada.

“Na minha escola, os alunos chegam às 6h20min e é preciso ter gente lá para recebê-los. Quando não conseguimos negociar de forma satisfatória, passamos a ter atritos.”

ADRIANO FRIETTORepresentante dos professores

“Minha função como gestora exige que eu tenha como foco o aprendizado dos alunos. Fazer da escola um ambiente prazeroso e atrativo é a nossa grande missão.”

JOICE BATTISTI GASSENSecretária de Educação

O que disseram

“Acho que a Educação deveria respeitar o tempo dos educadores e implantar a medida gradativamente. Várias escolas não oferecem condições de abrigar os educadores para as atividades de preparação de aulas. Vamos seguir vigilantes até que esta angústia dos professores se resolva”.Ana Cláudia do Amaral Teixeira, vereadora do PDT

“Sou professora municipal aposentada, mas ainda leciono no Estado e gozo do quinto turno fora da escola. No entanto, a gente sabe que está vindo legislação aí para que nas escolas estaduais também exista esta cobrança. Sou solidária aos professores, mas precisamos agir conforme a lei.”Helena da Rosa, vereadora do MDB

“Se a legislação não é específica sobre o local de cumprimento do período, entendo que quis o legislador dar este horário para o planejamento em casa. É benéfico para os alunos. O que se deve fazer é cobrar produtividade de quem não cumpre as tarefas. A secretária foi intransigente e o prefeito, mais uma vez, omisso, pois não se manifestou a respeito do assunto.”Tiago Quintana, vereador do PDT

“Depois de ouvir a secretária de Educação, como presidente desta Casa me sinto constrangido por ter proporcionado todo este debate aqui esta noite. E como vereador, exijo que o prefeito implante isso imediatamente. Peço desculpas à secretária, que pela explanação de hoje mostrou ser a mais preparada do governo Giovane Wickert.”Eduardo Kappel, vereador do Progressistas e presidente da Câmara