Os frequentes furtos praticados em empresas do Distrito Industrial (DI) foi o tema central da reunião do Conselho Pró-Segurança Pública (Consepro), realizada terça-feira à noite, na sede social do posto Chama. Além de apontar os problemas, o presidente Flávio Bienert, demais membros da entidade e convidados buscaram soluções. Uma delas foi de fazer um cadastro com todos os responsáveis pelas empresas desativadas; e a outra, descobrir quem são os receptadores, pois os ladrões estão quase todos identificados.
Por conta da crise e de outros entraves, algumas empresas instaladas no DI fecharam suas portas, deixando fortunas em máquinas e equipamentos em seu interior. Audaciosos, os ladrões começaram a invadir e saquear o patrimônio destas empresas. “Primeiro pegavam fios e objetos pequenos, mas agora estão levando máquinas de grande porte e se nada for feito, a situação vai piorar ainda mais”, desabafou Bienert.
O presidente do Consepro citou um fato presenciado por pessoas que trabalham no DI e às margens da RSC-453. “Uma pessoa invadiu uma destas empresas com um trator, engatou uma corrente em uma esteira e a puxou até o bairro Battisti, pelo acostamento da rodovia. Eles perderam completamente a vergonha”, disse. Além dos danos e furtos, seguiu Bienert, os ladrões afrontam e intimidam as pessoas que presenciam os furtos.
Presente na reunião, a capitão Michele da Silva Vargas explicou que as rondas diárias seguem sendo feitas e foram intensificadas na região do DI. Tanto que algumas pessoas já foram presas e veículos, apreendidos. A última foi uma caminhonete que estava prestas a ser carregada com máquinas pesadas. Os brigadianos chegaram no local e os ladrões fugiram correndo, abandonando o veículo.
O proprietário foi identificado e no dia seguinte foi até a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) e registrou que sua caminhonete tinha sido furtada. Já tentou reavê-la, mas o delegado Felipe Staub Cano ainda não a devolveu. “Ainda estamos investigando o caso”, mencionou o titular da Delegacia de Polícia.
Registros
Uma das preocupações do delegado Cano e da capitão Michele é a quem recorrer quando se prende alguém transportando máquinas e outros equipamentos, supostamente furtados de empresas do DI. “Na maioria das vezes não há registros na DPPA e então não temos muito o que fazer”, explicou o delegado.
Mesmo assim, agentes da Polícia Civil, com auxílio de integrantes do serviço de inteligência da BM, investigam os casos. A intenção é de chegar aos receptadores. “Precisamos saber quem compra este material e estas máquinas”, argumentou o empresário Adalberto Hammester.
Síndicos
Preocupado com a situação do desmonte do patrimônio das empresas (massa falida), o promotor Pedro Rui da Fontoura Porto disse que é preciso cobrar providências dos síndicos. Uma das maneiras de fazer isso, comentou o delegado Cano, é criando um cadastro com os nomes de todos os responsáveis pelas empresas. “Assim saberemos com quem entrar em contato quando for necessário”, comentou.
Aproveitando a oportunidade, o promotor – assim como outras pessoas que estavam na reunião – falou sobre as reclamações recebidas de moradores do acesso Dona Leopoldina e arredores. “Alguma providência precisa ser tomada, antes que alguém seja morta por conta destas brigas rotineiras”, disse. Pedro Porto se referiu especificamente a vídeos postados nas redes sociais no fim de semana passado, mostrando uma briga generalizada, próximo ao bar Tombei.
Auxílio
O prefeito Giovane Wickert voltou de Porto Alegre e participou de parte da reunião. Ele também falou sobre a perturbação do sossego e ressaltou que sobre o Tombei, os problemas são externos. Questionado por Bienert sobre um possível repasse de verba para auxiliar o Consepro, disse que pretende colaborar com a entidade. Wickert também citou a possível implantação da guarda municipal, em 2019.