A jovem Pâmela da Rosa, de 22 anos, sempre se valeu da rede pública de saúde como saída para as ‘surpresas’ que o corpo costuma nos apresentar. Resfriados, incômodos e outras
situações já levaram a moça até postos de saúde, Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), em diferentes ocasiões. Em 2015, frequentou a rede de atenção básica com assiduidade, já que estava à espera da filha Lívia, hoje com três meses e que, quarta-feira, 8, à tarde, acompanhava a mãe na Unidade Básica de Saúde Central (Centro Materno Infantil) para manter atualizada a sua carteira de vacinação.
Assim como a mãe, Lívia também precisará de atendimento na rede de atenção básica e contribuirá para o provável aumento do número de consultas, exames e procedimentos realizados pelo Sistema único de Saúde (SUS) em Venâncio Aires. Em 2015, o número de atendimentos chegou a 693.917, 6,5% a mais que em 2014, quando 648.726 procedimentos foram contabilizados na rede municipal. O índice de acréscimo de atendimentos está diretamente ligado à inauguração da UPA, ocorrida em junho de 2014. Depois da abertura da unidade, localizada no bairro Cruzeiro, até o final daquele ano (quase seis meses), 44.527 passaram pelo acolhimento. No ano seguinte, os atendimentos saltaram para 115.655.
Somaram-se aos procedimentos da UPA, 440.774 acolhimentos nos 18 postos de saúde de Venâncio Aires (nove na cidade e outros nove no interior) e 137.488 atendimentos no hospital, resultando nos quase 700 mil acessos à rede pública. Levando-se em conta a estimativa de população da Capital do Chimarrão em 2015 – de 69.859 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – é o mesmo que dizer que cada venâncio-airense usou dez vezes, no ano passado, a rede de saúde municipal. Os dados foram tornados públicos pelo prefeito Airton Artus, na segunda-feira, 6, na oportunidade em que ele foi à tribuna da Câmara de Vereadores para falar, entre outros assuntos, sobre saúde.
UPA é ESSENCIAL – Para o chefe do Executivo, a inauguração da UPA foi essencial tanto no sentido de desafogamento do Plantão 24 Horas do SUS – que funciona no hospital e tem como prioridade os casos de urgência e emergência – quanto para agilizar atendimentos classificados como de menor risco, que têm sido absorvidos, em sua maioria, pela unidade do bairro Cruzeiro. Airton Artus argumenta que a Saúde, área tomada por ele como prioridade máxima desde o início do primeiro mandato, está cumprindo o seu papel de atender a todos os cidadãos que procuram pelos serviços. “Temos orgulho de garantir o acesso da população à Saúde, mesmo com as dificuldades que são de conhecimento de todos. Nosso compromisso será mantido, mesmo que seja necessário suprir ausências do Estado e da União”, diz o prefeito de Venâncio.
“é hora de buscarmos mais especialidades”
Airton Artus sabe que não será durante seu governo – faltam menos de seis meses para a despedida da atual Administração – que Venâncio Aires poderá anunciar grandes novidades relacionadas com a Saúde. No entanto, o prefeito sugere o caminho a ser seguido pelos gestores que o sucederem. “Não é enchendo de médicos nos postos de saúde que vamos resolver os problemas desta área. é hora de buscarmos mais especialidades, para que a nossa população, inclusive, deixe de viajar centenas de quilômetros até outras cidades para ter acesso a consultas e exames que não disponibilizamos”, diz ele.
O chefe do Executivo admite que “na Saúde, sempre há espaços para melhorias” e reforça que será preciso, nos próximos anos, planejar a rede de alta complexidade, sob pena de os venâncio-airenses ficarem desassistidos em algumas áreas. “é uma espécie de hierarquia de atendimento. Nos postos, os médicos fazem o diagnóstico, e de lá os pacientes saem, muitas vezes, precisando de sequência de tratamento. Esse é o gargalo que precisamos combater, agora. é por isso que digo sempre que o Mais Médicos não resolveria nossos problemas. A rede básica vai bem, precisamos evoluir na alta complexidade”, reitera.