Renato Gollmann: titularidade na Câmara depois de quatro eleições

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Em setembro de 2008, Renato Gollmann, na época filiado ao Democratas, decidiu deixar a vaga de encarregado da mesa de alimentação da Brasfumo, empresa na qual trabalhava havia poucos meses, para ir em busca, pela primeira vez, de uma cadeira na Câmara de Vereadores de Venâncio Aires.

O desempenho, com 477 votos obtidos, não foi suficiente para garantir o mandato, no entanto ele teve convicção de que continuaria a perseguir o sonho. “Sempre me vi na política, tinha a certeza de que um dia chegaria lá”, comenta.

Mas este dia não estava tão próximo assim. Após o pleito de 2008, Gollmann passou a integrar uma estatística desagradável: a dos desempregados. Como tinha feito curso para instrutor de autoescola, foi atrás de uma oportunidade na área. “Consegui uma vaga no CFC Central, onde fiquei de 2008 a 2016”, recorda. Nesse intervalo de tempo, se transferiu para o PTB e, em 2012, fez 511 votos para o Legislativo, conquistando a primeira suplência. “Assumi um mês por ano naquela legislatura. Foi a primeira experiência”, analisa.

Veio a eleição de 2016 e uma nova primeira suplência do PTB na Casa do Povo, fruto dos 679 votos obtidos nas urnas em Venâncio Aires. Só que, desta vez, permaneceria na política. Com a vitória da dobradinha que defendia na eleição majoritária – Giovane Wickert (PSB) e Celso Krämer (PTB) -, Gollmann ficou no radar dos novos gestores.

Convidado para assumir a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp), aceitou o desafio e, antes mesmo de chegar à Câmara de Vereadores, fez parte do primeiro escalão do Executivo. “Acho que todo vereador deveria ter a oportunidade de ser secretário. É uma batalha”, diz.

TITULARIDADE
Após quase quatro anos comandando as obras na Capital Nacional do Chimarrão, o petebista tinha pela frente mais uma provação nas urnas. No dia 15 de novembro de 2020, data que ele afirma que jamais vai esquecer, teve a confirmação de que uma das 15 cadeiras da Câmara era sua. “Cara, vou te dizer. Teve aquela falha no sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a gente não sabia qual era a situação para vereador. Chegou uma hora que eu me fui ao Cartório Eleitoral, porém não tive informações concretas. Só depois das 23h é que os votos foram atualizados e eu vi que tava eleito, com 901”, lembra Gollmann.

Agora vereador titular, o ex-secretário afirma que, pela experiência acumulada, quer dar prioridade para a questão das obras no seu mandato. “É a área em que eu tenho mais conhecimento. Vou fazer o que deve fazer um vereador: propor soluções para as demandas da comunidade e fiscalizar os atos do governo. Embora seja um parlamentar de oposição, espero contar com o apoio da Administração para bem representar os venâncio-airenses no Legislativo. Quando fui secretário, atendi a todos os vereadores”, argumenta ele.

“Eu colecionava os santinhos dos candidatos desde pequeno. Gostava da política, me empolgava. Fiz campanha para o Renato Pilz, em 2000, e para o Jader Rosa, em 2004, ambos do MDB. Quase fui para o MDB, mas acabei no Democratas. Quem me filiou foi o Paulo Henrique Costa, o PH.”
RENATO GOLLMANN
Vereador eleito do PTB

TRAJETÓRIA

1 Renato Gollmann, hoje com 45 anos, é natural de São Miguel do Oeste, município de Santa Catarina. Os pais, Balduíno e Thereza,

Com a família e em momento de descontração, com churrasco de picanha (Foto: Arquivo pessoal)

ambos já falecidos, saíram de Venâncio Aires e foram para o estado vizinho “com a expectativa de melhorar de vida”. Balduíno era de Linha Cachoeira e Thereza de Linha Palmital.

2 Gollmann veio para a Capital do Chimarrão aos 13 anos. “Minha mãe veio visitar uma tia, que morava em frente à Estação Rodoviária. Ela tinha um filho deficiente, precisava de ajuda e disse que se eu quisesse ficar em Venâncio, me arrumaria um emprego. Nem voltei para São Miguel do Oeste. Voltou só a minha mãe e, uns dias depois, minhas coisas chegaram pelo ônibus”, lembra.

3 Cerca de meio ano depois, os pais decidiram voltar para a terra natal e se estabeleceram no bairro São Francisco Xavier. Gollmann estava mais uma vez com a família e, prestes a completar 14 anos, conseguiu trabalho no Supermercado Avelino, onde ficou por dois anos. Antes de apostar na carreira política, passou ainda por empresas do setor do tabaco.

4 É casado com Andréia Jaqueline Coutinho Gollmann, 44, e tem dois filhos: Welinton, 20, e Eduã, 10. “Tenho muito orgulho da minha família. Meus pais passaram por dificuldades, mas sempre foram corretos e honestos. Fui muito bem educado e, hoje, repasso isso aos meus filhos, com a ajuda da minha esposa”, declara.

Com a família e em momento de descontração, com churrasco de picanha (Foto: Arquivo pessoal)

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Carlos Dickow

Carlos Dickow

Jornalista, atua na redação integrada da Folha do Mate e Terra FM.

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