
A sessão da Câmara de Vereadores da noite desta segunda-feira, 28, foi marcada pela participação de César Cruvinel e Cassiane Kersting, respectivamente gerentes de Meio Ambiente e de Comunicação da Rota de Santa Maria, concessionária da RSC-287. Eles foram ao Legislativo a convite do presidente da Mesa Diretora, Dudu Luft (PDT), para uma atualização acerca das obras de duplicação da rodovia, que tem em Venâncio Aires seu maior trecho: 33 do total de 204 quilômetros, desde Tabaí até Santa Maria, município que fica no ‘coração’ do estado.
A grande novidade para os moradores da Capital do Chimarrão é que a concessionária fez, na sexta-feira, 25, o protocolo do projeto executivo para recuperação do trecho da rodovia em Vila Mariante e arredores, onde a 287 foi destruída pela força das água do rio Taquari, em maio do ano passado. Cruvinel explicou que, embora a Rota de Santa Maria seja a detentora do contrato de manutenção e duplicação da estrada, precisa apresentar projetos de intervenção ao poder concedente, que é o Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Ele ressaltou que, assim que a proposta for aprovada, os venâncio-airenses passarão a notas as máquinas ao longo da rodovia.
Não há uma data específica para início dos trabalhos, mas o gerente de Meio Ambiente disse que, quando a concessionária for autorizada, fará “uma reconstrução focada na resiliência climática”. Cruvinel esclareceu que a rodovia não terá uma pista diretamente ao lado da outra. Elas serão afastadas alguns metros, com uma mais elevada do que a outra, justamente para que em um eventual novo episódio de desastre climático, a estrutura seja menos afetada. “A natureza nos mostrou que não podemos fazer a rodovia do mesmo jeito que tínhamos”, argumentou.
Perguntado pelos vereadores sobre os motivos pelos quais Venâncio Aires não é a cidade de largada dos trabalhos da concessionária – por ter o maior trecho, a maior destruição, o ponto crítico de acidentes (proximidades do Restaurante Casa Cheia) e a praça de pedágio que mais arrecada no Rio Grande do Sul -, o gerente ambiental da Rota de Santa Maria destacou que a concessionária precisa seguir o que está estipulado no cronograma do contrato assinado com o Governo do Estado. “Temos um poder concedente, que escolheu um modelo para as intervenções na rodovia, e temos também a Agergs (Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul), que fiscaliza este contrato”, justificou.
PONTES SECAS E ACESSOS A PROPRIEDADES
Cruvinel confirmou serão construídas 12 pontes secas em seis pontos do trecho de 33 quilômetros de Venâncio Aires na RSC-287. As estruturas são consideradas essenciais para evitar novos rompimentos da rodovia em episódios de cheia do rio Taquari. Ela declarou ainda que o Governo do Estado, embora tenha manifestado publicamente que custeará os acessos a propriedades às margens da rodovia, ainda não informou oficialmente a Rota de Santa Maria em relação a isso. “A gente sabe que o governo se comprometeu, mas ainda não fomos formalmente oficiados”, comentou.