Natural de Ijuí, município da região noroeste do Rio Grande do Sul, a professora de Geografia, Rosemeri Cecília Beier, 50 anos, tem Venâncio Aires como casa há cerca de 15 anos. O início da história dela com a Capital Nacional do Chimarrão é também o começo da sua trajetória com a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Cidade Nova, instituição onde já foi professora, vice-diretora e diretora.
Apesar de ter nascido em Ijuí, Rosemeri conta que foi no interior de São Borja que passou a infância, a adolescência e o início da fase adulta. Aos 21 anos, com o objetivo de trabalhar e estudar, mudou-se para Porto Alegre e foi na Capital gaúcha, local onde residiu por 14 anos, que ela deu início a sua formação em Geografia plena na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e também a sua jornada como professora.

Em 2003, após ser chamada para assumir o cargo de um concurso público que havia feito em Venâncio, Rosemeri deixou Porto Alegre, passou a viver no bairro Aviação e assumiu a função de professora na Emef Cidade Nova onde, atualmente, é diretora e concorre a reeleição para os próximos três anos.
Além do Aviação, a professora também residiu no bairro Bela Vista e há um ano e meio vive com o marido e o casal de filhos no bairro Cidade Nova, em uma residência distante cerca de três minutos da escola. Em Venâncio, Rosemeri ainda lecionou durante um ano na Emef Otto Gustavo Daniel Brands.
A professora conta que foi bem acolhida quando chegou ao município e que viu a transformação do bairro onde a escola está localizada. “Aqui era tudo estrada de chão ainda, agora tudo tem asfalto. Temos uma boa estrutura, com a biblioteca do Sesi, o ginásio, a área verde, a Emei Passinho Seguro”, relata. Ela também fala sobre a boa referência que a escola tem na cidade, devido a mudanças que aconteceram no decorrer dos anos.
Ser diretora
Rosemeri compartilha que a vontade de ser professora surgiu porque ela sempre teve ótimos professores. “Tive um professor de Geografia, que hoje já é falecido, e ele era encantador”, relembra, ao mencionar que foi daí que surgiu a afinidade pela profissão.
Ela ainda comenta que desde criança queria ser professora, entretanto, o cargo de diretora foi uma oportunidade que apareceu e que ela recebeu o apoio e incentivo da comunidade escolar para assumir. “Até hoje eu me faço a seguinte pergunta: será que eu conquistei a comunidade ou a comunidade me conquistou? Porque este ano eu vou de novo”, observa.
Para Rosemeri, o maior desafio de ser diretora é saber lidar diariamente com pessoas. “É ter um olhar diferenciado quando um colega está com alguma dificuldade, entender os alunos quando eles estão diferentes na escola, ver o que está acontecendo”, relata.
Ela ainda acrescenta que percebe nos estudantes uma forma de agir mais solidária. “Como nós da equipe diretiva e os professores temos esse olhar diferenciado, os alunos já estão tendo esse olhar humano. Sempre pedimos para eles para tentarem ajudar um ao outro, para que saibam conviver com as diferenças”, complementa.
Banda

Neste ano, a Emef Cidade Nova criou uma banda. A formação do grupo de músicos sempre foi um sonho cultivado pela diretora da escola, que guardava a lembrança da banda da escola onde havia estudado. “Na escola em que eu estudei, no interior de São Borja, meu pai era presidente da Associação de Pais e Mestres (APM) e lá tinha uma banda. Eu sempre dizia que um sonho que eu tinha antes de me aposentar era formar uma banda na escola”, ressalta Rosemeri. Ela ainda salienta que a atividade está fazendo diferença para a instituição de ensino e também para os estudantes. “Sempre digo para os alunos que eles precisam ter orgulho de estudar na Cidade Nova”, ressalta.