Enquanto entidades ainda finalizam os dados da safra de tabaco do ano passado, no campo, produtores trabalham arduamente para garantir uma boa qualidade e resultados em uma nova safra. Os ciclos do tabaco de cada família variam conforme a localização da propriedade e a organização dos agricultores. Enquanto alguns efetuam o replante das mudas, outros se dedicam à capina ou até mesmo a tratos culturais.
Em Linha Marechal Floriano, Erio Horbach, 57 anos e Isonete Aparecida de Souza, 41 anos, já comemoram os resultados da primeira colheita do baixeiro, que está secando na estufa. O casal colheu as primeiras 435 varas na segunda-feira da semana passada, dia 23. Nesta semana, eles pretendem tirar o tabaco seco da estufa e colher mais uma fornada.
O tabaco foi plantado no dia 17 de maio e a grande expectativa da família era verificar a resistência da variedade com o frio. “Deu certo, ela se adapta bem nesse clima. Sem contar que a localização dessa lavoura é favorável, pois pega sol logo cedo”, comenta Horbach.
Nesta safra, a família plantou 50 mil pés de tabaco. Em outubro, os primeiros 25 mil já devem estar colhidos e, em novembro, se o clima colaborar, o casal pretende arriscar com uma safrinha. “Semana que vem já vou semear mais 15 mil para plantar em novembro. É mais uma experiência que a gente quer fazer.”
A família, que é integrada com a JTI e China Brasil Tabacos, mantém, agora, a expectativa em relação à compra pela indústria. “A gente já percebe que o frio em julho não prejudicou, ele está com bastante qualidade e secando bonito. Se tudo der certo vai ser uma boa safra. A gente torce para uma boa compra e uma valorização do colono, estamos na expectativa de ser valorizado com nosso trabalho, pois os custos são altos”, pontua o agricultor.
Em três semanas, o casal pretende tirar a segunda apanha do tabaco que foi plantado em maio. “A gente plantou uma parte antes, mas tudo bastante escalonado. Como só temos uma estufa conseguimos nos organizar e não perdemos fumo”, explica.
Uma experiência de três anos com o tabaco mais cedo
Quem também já começou com a colheita do baixeiro da safra 2021/2022 é a família Gullich, de Linha Isabel. No dia 16, a família realizou a colheita do baixeiro. “Estamos há três anos antecipando a safra. E tem dado muito certo. No primeiro ano iniciamos a colheita em 15 de outubro, no segundo ano em 18 de setembro e neste ano em 16 de agosto. Os resultados são satisfatórios”, comenta Erni Gullich, 53 anos.
Erni, o filho Ernei, 20, e a esposa Clecia, 53 anos, plantaram cerca de 95 mil pés nesta safra e destes, foram cerca de 33 mil pés plantados na segunda semana de maio. Tanto na experiência da família de Linha Marechal Floriano quanto na da família Gullich, de Linha Isabel, o motivo principal de antecipar tanto a safra, segundo os produtores, é em relação ao clima – a ideia é ‘fugir’ do calorão no fim do ano e, com isso, buscar mais qualidade na folha do tabaco. “Não queremos mais virar o ano colhendo o fumo no sol forte. Chegamos a perder R$ 50 por arroba quando o tabaco queima na lavoura”, explica Gullich.
Em Linha Marechal Floriano, Isonete comenta que uma das vantagens é que, no verão, em dezembro, o tabaco plantado antes já estará todo colhido. “No período mais quente do ano a gente já vai estar pronto. O fumo não vai queimar com o sol. Vale a pena arriscar e plantar um pouco antes, a gente tem uma classe melhor depois”, pontua a produtora.