
Venâncio Aires - Nesta terça-feira, 28 de outubro, é comemorado o Dia do Produtor de Tabaco, data que reconhece o trabalho e a dedicação de milhares de famílias que têm na fumicultura sua principal fonte de renda. Em Linha Isabel, a cerca de 24 quilômetros do Centro de Venâncio Aires, a jovem Ana Carolina Zibell, de 26 anos, é um exemplo de força feminina e da juventude que permanece no campo.
Filha de Donário Luis Zibell, 55, e Sirlene Lizete Zibell, 43, e irmã de Johana, 8, Ana mora com os pais, com a irmã e os avós paternos, Hélio e Luzira Zibell, em uma propriedade de 25 hectares. A principal atividade é o cultivo de 45 mil pés de tabaco, mas a família também cria gado, porcos e galinhas para o consumo próprio, além de cultivar hortaliças, milho e frutíferas.

Durante a etapa escolar, ela cursou os primeiros anos na então Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) 21 de Abril, da localidade. Após, se formou no Ensino Médio pela Escola Estadual de Ensino Médio Cônego Albino Juchem (CAJ). Atualmente participa ativamente da Comissão de Jovens do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) e também atua como vice-tesoureira do sindicato. Nas horas vagas, ela gosta de jogar vôlei nas quintas-feiras, participar de partidas de futsal com amigos e integrar o Bloco de Carnaval Os Imigrantes, de Centro Linha Brasil, vinculado à Suib.

Orgulhosa por residir e trabalhar no interior, ela afirma que se sente bem em ser agricultora também em por poder gerir seu próprio tempo.“Já tive oportunidade de trabalhar fora da agricultura, mas aqui me sinto livre e é o que gosto de fazer”, destaca Ana.
“Se a gente gosta do que faz, precisa correr atrás das oportunidades. Vejo que o interior ainda tem jovens que realizam o trabalho na agricultura.”
ANA CAROLINA ZIBELL
Produtora de tabaco
Inovação e continuidade do trabalho
Para Ana Carolina Zibell, faltam políticas públicas de incentivo à permanência dos jovens no campo. “Existem programas como o Terra Forte, de recuperação do solo, e demais financiamentos de incentivo, mas é preciso se informar e correr atrás, assim como eu faço”, destaca.
Ana representa uma geração que busca inovar e dar continuidade à produção familiar, iniciada pelos pais. Durante o ciclo do tabaco, a família trabalha em duas estufas convencionais e segue com a colheita até fevereiro. “Plantamos em três etapas. Agora estamos colhendo o baixeiro. A expectativa é uma boa safra, apesar das perdas significativas, com vento e granizo que afetaram nossa produção.”
Conforme conta o pai, Donário, desde a infância a jovem teve interesse pela agricultura. “Ela estava conosco no galpão e se mostrava interessada pelo trabalho. A Ana sempre tem novas ideias e busca estar por dentro das tecnologias para nos auxiliar nas demandas do tabaco.”