Essa talvez é uma das melhores fases pelas quais a cultura do suíno vem passando nos últimos tempos. O preço pago pelo animal ao produtor é animador. Lauri José Schwendler, 47 anos, morador de Linha Arroio Grande, atua no ramo dos suínos há 14 anos. “Classifico essa fase como uma das melhores que a gente viu até agora. Se eu comparar 2019 com 2020, tivemos um aumento de 25% a 30% no preço pago por animal. Agora, se eu comparar o fim de 2020 com o início de janeiro de 2021, o aumento chega a 40% por porco”, explica Schwendler.
A última entrega do produtor para a Dália ocorreu no dia 14 de janeiro e, na última quarta-feira, 27, a família já recebeu o próximo lote com 655 suínos. Cada lote fica na propriedade por cerca de 90 dias, até o abate no frigorífico da cooperativa – a média é de 127 quilos por animal. O agricultor comenta que o sistema de parceria, do qual faz parte, onde a empresa fornece o suíno e a ração e o produtor entra com o espaço e mão de obra, é algo promissor. “Hoje, com a tecnologia e a modernidade, a mão de obra é pequena se comparada com outras atividades”, destaca.
Schwendler relembra que nos anos de 2013 e 2014 a fase também foi boa. “Pelo custo que está a ração, estamos impressionados e satisfeitos com o preço que estamos recebendo. O suíno está em uma das melhores fases”, revela o produtor. Em Venâncio Aires, conforme dados do relatório da Emater-RS/Ascar, gerado em 2020, são 43 produtores envolvidos com o setor, cerca de 52,2 mil cabeças na suinocultura de corte, além de 4,3 mil de leitões. Os abatedouros locais carneiam cerca de 25 mil cabeças por ano.
Exportações
• Conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o resultado consolidado das exportações brasileiras de carne suína confirmam as previsões para 2020.
• As vendas internacionais de carne suína (incluindo todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 1,021 milhão de toneladas nos 12 meses, número 36,1% superior ao registrado em 2019, quando foram exportadas 750,3 mil toneladas.
• Para o presidente da ABPA, Ricardo Santin, a perspectiva é que o ritmo positivo se mantenha em 2021, com a esperada retomada econômica internacional. “Seja pelo recorde de exportações de suínos, superando um milhão de toneladas pela primeira vez na história, como pela alta nos embarques de aves, as projeções setoriais estabelecidas pela ABPA e confirmadas nas vendas finais reforçam o bom momento para o Brasil no mercado internacional”, diz.
• Ainda conforme a ABPA as exportações de carne suína totalizaram 80,3 mil toneladas em dezembro, volume 5,6% maior em relação às 76 mil toneladas embarcadas no mesmo período de 2019, em receita, a alta é de 4,1%. De acordo com a associação, o preço pago ao criador por quilo em algumas regiões do Brasil também saltou: de R$ 4,44 para R$ 7,17, valor nunca praticado antes.
Fonte: Assessoria de Imprensa ABPA
“Para nós do setor 2020 foi um ano bom. Mas agora a gente já percebe um aumento de 40% no
preço pago pelo animal, isso foi o melhor preço que a gente já viu até agora. É animador.”
LAURI SCHWENDLER
Produtor de suínos
Saiba mais
- A família Schwendler tem um chiqueiro com capacidade para mais 560 suínos. O agricultor explica que a quantidade varia conforme a demanda e disponibilidade de animais.
- Os suínos chegam no chiqueiro do produtor com uma média de 60 dias, entre 28 quilos.
- Após 90 dias no chiqueiro, o lote é entregue à cooperativa com cerca de 127 quilos.
- Geralmente são cerca de três lotes de suínos por ano, de acordo com o produtor Lauri Schwendler.
- Com o cenário animador, a família de Linha Arroio Grande pretende ampliar a produção e conseguiu a liberação da empresa para construir mais um chiqueiro que deve ser erguido nos próximos anos.