Celso Kramer começou a plantar tabaco em 1986, em Linha Taquari Mirim (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)
Celso Kramer começou a plantar tabaco em 1986, em Linha Taquari Mirim (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

Rio Grande do Sul e Venâncio Aires - Entre as mais de 3,6 mil famílias produtoras de tabaco em Venâncio Aires, as quantias plantadas a cada safra variam. De forma geral, não é muito comum superar a casa dos 100 mil pés cultivados por propriedade, mas, no município, um caso chama atenção e supera a marca do milhão. É em Linha Taquari Mirim que mora o maior produtor de tabaco de Venâncio: Celso Kramer, 58 anos, vereador de dois mandatos (2009 a 2016), vice-prefeito entre 2017 e 2020 e fumicultor desde 1986.

Há 39 anos, ele se mudou para Venâncio após casar com Ivanir, 57 anos, filha de fumicultores e natural do Taquari Mirim. Kramer começou plantando ‘à meia’ com o sogro – 35 mil pés naquela primeira safra e, na atual, bateu a marca de 1,2 milhão. “Nos anos 1990 eu já plantava cerca de 200 mil pés e nos anos 2000 passei de 500 mil. Fomos aumentando gradativamente, conforme também íamos comprando terra. Claro que, para o volume que tem hoje, trabalho com parceiros e são pelo menos 20 famílias envolvidas nessa produção”, explica Celso Kramer.

Conforme ele, quase 100% do tabaco está em terras próprias, espalhadas em Linha Taquari Mirim e Linha Estância São José, no distrito de Vila Estância Nova. Na região Serrana, entre Vila Deodoro, Linha 6º Regimento e Linha Marmeleiro, ele cultiva eucalipto, para usar como lenha na cura do tabaco. Para dar conta da secagem, aliás, são 45 estufas, a maioria convencional.

Em quase quatro décadas, Celso Kramer entende que a comunidade onde mora também se desenvolveu. “Tem luz trifásica, tem água tratada, escola, dois ginásios. Nós crescemos e a comunidade cresceu também. E estamos conseguindo fazer a sucessão rural, com meu filho Diego e meu genro Marcos, também tocando a lida do fumo.”

Importância do tabaco

Kramer conta que acompanha de perto as lavouras e os fornos e brinca, fazendo um trocadilho com um ditado popular, que ‘sem o olho do dono, o fumo não cresce’. Ele lembra das atuações em defesa da cadeia produtiva do tabaco nos tempos de Câmara de Vereadores e Prefeitura e garante que vai seguir na atividade agrícola enquanto tiver forças. “Para Venâncio Aires, o fumo é a ‘mola mestra’. O tabaco é o número um na economia, é o que mais arrecada, mais emprega e mais garante segurança para o homem no campo. E o tabaco também é a cultura que mais garante a diversificação. Então continuará importante por muito tempo.”