Um dos alimentos indispensáveis na mesa dos brasileiros foi bastante prejudicado na lavoura. A safra do feijão teve, em todo país, uma queda significativa na produção. Em Venâncio Aires, a situação não é diferente.
Em Linha Tangerinas, o produtor Josoel Lersch Simon, 25 anos, registrou uma queda de 35% na quantidade de grãos colhidos. “Feijão é uma cultura complicada. Em dezembro, na hora da colheita teve dias de muito sol, calor e pouca chuva, com isso o grão quebrou muito na hora de lustrar.”
Os extremos climáticos, para o feijão e qualquer outra cultura, são prejudiciais. Entretanto, nesta safra, reflexos da estiagem são nítidos. O chefe do escritório local da Emater, Vicente João Fin, revelou dados do laudo da atual safra. “Tínhamos a expectativa de colher 2,2 mil quilos por hectare, a produção foi de 1.430 quilos. Uma perda de 35% na média geral no município.”
Simon, plantou um hectare de feijão em agosto. A colheita não passou dos 800 quilos. “Se fosse uma boa safra, poderia ter passado dos 1,5 mil quilos”, frisa o produtor. Além do consumo próprio e para a família, o feijão dos Simon é embalado e vendido pela Cooperativa dos Produtores de Venâncio Aires (Cooprova).
Com essa quebra na safra do feijão, a esperança é com a segunda safra, denominada de safrinha. “Está faltando umidade para realizar esse plantio da safrinha, senão ele já estava todo plantado no município. São esperados o plantio em 60 hectares”, frisa Fin. Entretanto, em Linha Tangerinas, Simon finalizou o plantio na última semana. “Plantei um hectare e meio. Pretendo colher uns 1,5 mil quilos por hectare”, destaca o produtor otimista.
Simon planta a espécie Uirapuru, o tradicional feijão preto. A expectativa do jovem é ir aumentando a produção na propriedade. Hoje a família também cultiva o tabaco. “Vale a pena plantar feijão, todo ano se aprende um pouco, você nunca sabe adiantado como vai ser a safra. Vale a pena investir nessa cultura, pois colhendo 60% da capacidade máxima você já tem seu lucro.”
“A estiagem foi geral em nível de estado e inclusive no país. Em outras regiões houve chuva que prejudicou a colheita. Aqui no Rio Grande do Sul, foi a seca. A tendência é que o valor do quilo do feijão tenha um acréscimo. O produto vai ficar mais caro comparado com a época, em outros anos”, destaca Vicente Fin, Chefe do escritório local da Emater.
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