Enquanto as entidades representativas dos produtores de tabaco – Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Federações da Agricultura (Farsul, Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná e lideranças das empresas fumageiras negociam o preço do tabaco para a safra -, o produtor aguarda na expectativa de uma boa compra.
Em Linha Tangerinas, a família Göttems ainda está com o tabaco no galpão. “A gente não vendeu, pois não conseguimos aprontar. Terminamos a colheita no dia 9 de janeiro, mas até metade de fevereiro a gente já pretende mandar um pouco”, conta Gilmar André Göttems. A família plantou cerca de 80 mil pés na safra 2020/2021, avaliada como boa. “Foi uma safra boa, o fumo tem mais qualidade e a chuva foi bem regular no início. Assim como a safra foi melhor na lavoura e na hora de secar, esperamos que na venda isso continue”, destaca a esposa de Göttems, Luciana Andrea, ao comentar que o tabaco foi plantado em julho.
A expectativa da família é com o resultado das reuniões. “Não adianta ser que nem no ano passado, quando chegou na hora da compra e as firmas não fizeram o preço que deveria ser”, avalia o produtor, que desde 2000 planta tabaco na localidade do 7º Distrito.
Orientações
O casal de agricultores salienta que já teve orientações da empresa e do orientador. “Nossa empresa já nos comunicou que prefere o fumo das classes C e X primeiro, um fumo mais leve, mas com o retorno deles já criamos uma boa expectativa”, diz Göttems.
Agora, a família se dedica ao processo final da safra: separar, manocar e enfardar o tabaco até maio. “A gente vai vendendo aos poucos, conforme vai terminando e sentindo o preço. E já estamos torcendo para uma boa compra por parte da indústrias, porque da roça ele saiu bonito e com qualidade”, enfatiza o agricultor.
Entidades e empresas não chegam a um acordo sobre o preço
As entidades representativas dos produtores de tabaco divulgaram novas informações sobre o processo das negociações de preço do tabaco com as empresas fumageiras. Os encontros individuais com cada empresa fumageira foram realizados de maneira presencial, respeitando os protocolos sanitários devido à Covid-19, na sede da Afubra, em Santa Cruz do Sul, na terça-feira, 26, e ontem.
As empresas fumageiras recebidas foram BAT (antiga Souza Cruz), Philip Morris, JTI, Universal Leaf, Alliance One, China Brasil, CTA e Premium Tabacos.
Conforme nota divulgada pela Afubra, “no entendimento da representação dos produtores, as empresas, mais uma vez, não valorizaram seus principais parceiros, que são os produtores, pois nem sequer a variação do custo de produção foi reposta. A representação dos produtores espera que as empresas reavaliem seus posicionamentos para que se possa realizar uma nova rodada de negociação de preços”.
A Afubra também informou que com referência à próxima safra, a representação dos produtores deixou claro para as empresas que não haverá negociação de preços se não houver levantamento de custo de produção em conjunto.
Contratações
• Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo, Alimentação e afins de Venâncio Aires (STI Fumo), Rogério Borges Siqueira, ainda não há projeções para as contratações sazonais em empresas de tabaco do município. Siqueira afirma que no momento aguarda o contato dos responsáveis pelas tabacaleiras para o início das movimentações. A expectativa é que no começo do próximo mês já haja números previstos para contratações na primeira safra de 2021.