Conheça a família de Venâncio pioneira com o sistema floating em 1995

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Há 25 anos, em Linha Hansel, a família Rippel testava um novo sistema para a produção das mudas de tabaco, o floating. O experimento na propriedade de André e Delci foi notícia na Folha do Mate no dia 25 de agosto de 1995. Na época, a Rio Grande Tabacalera mostrava um novo sistema de produção de mudas de tabaco, utilizando o sistema de bandejas flutuantes em vez dos canteiros no chão. A família Rippel foi a primeira a testar e aprovar o novo sistema, que tinha a engenheira agrônoma Mariangela Santos como responsável na empresa.

Em visita ao casal, na terça-feira, 25, Rippel lembrou detalhes da época. “Isso foi uma inovação. Foi um experimento que existe até hoje.” Em 1995, a empresa testou o sistema floating na propriedade, mas, na safra seguinte, os canteiros no chão foram retomados. “Uns dois anos depois adotaram o floating e ele permanece até hoje”, comenta .

Para o experimento, o produtor utilizou madeiras para fazer o canteiro. Atualmente, a família utiliza tijolos. “Nossa propriedade já serviu de experimento para muita empresa e universidade. A gente já plantou diversas variedades de tabaco”, frisa o produtor, ao lembrar que muita coisa também não deu certo, mas o que ficou foi o aprendizado.

Sistema floating

Após utilizar o sistema floating na propriedade, Rippel ressalta que muita coisa mudou. “Nós já plantamos 100 mil pés de fumo em algumas safras.” Hoje, o casal planta 62 mil com o objetivo de produzir qualidade e não apenas quantidade.

Rippel relembra que, na época do canteiro no chão, o produtor precisava esperar chover para arrancar as mudas. Além disso, o agricultor ressalta que o trabalho era mais pesado. “Tem uma grande diferença de mão de obra com o surgimento dos canteiros diferentes. A gente vivia capinando, hoje é tudo bem mais fácil. O fumo era plantado na mão, com enxada. Agora até máquina tem”, recorda o produtor.

Para o casal, o sistema floating veio como uma evolução e melhoramento para os produtores. Delci cita que é necessário conhecimento e requer paciência. “São muito detalhes, segredos que a gente precisa observar para dar certo.”

As 62 mil mudas já estão na lavoura e, em 30 dias, o casal já espera iniciar a colheita. A geada dos últimos dias não prejudicou o crescimento das folhas e o tabaco se desenvolve bem. Ao ser questionado quais os segredos para ter uma lavoura bonita, o produtor se orgulha com as inúmeras experiências já adquiridas e cita o apoio das empresas com cursos e dia de campo. “Eu sou de fazer experiências, a gente aprende muito. Sem contar nos inúmeros cursos e treinamentos que participamos todos os anos”, enaltece Rippel

Rippel cultiva 12 mil mudas por canteiro no sistema floating (Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

Relembre

Em 1995, a família Rippel aceitou o desafio de experimentar plantar as mudas de tabaco no sistema floating. Na época, a Folha do Mate fez uma reportagem e contou detalhadamente como funcionaria a produção das mudas.

Sistema floating

  • O floating é um sistema de hidroponia, por meio do qual as mudas crescem em bandejas de isopor multicelulas que flutuam sobre uma solução nutritiva contida no canteiro ou ‘piscina’.
  • Esse sistema surgiu em substituição ao canteiro no solo, no qual era necessária a utilização de produtos químicos para desinfecção e esterilização do solo para as mudas desenvolverem-se sadias.
  • O tamanho do canteiro é padronizado de acordo com a quantidade de mudas a serem produzidas, a fim de facilitar a recomendação da quantidade utilizada de adubo solúvel, bem como os tratamentos fitossanitários.
  • Esse sistema proporciona ambiente protegido do frio, garantindo as melhores condições para germinação das sementes e desenvolvimento das mudas.
  • Após o período de crescimento, as mudas precisam ser transplantadas para a lavoura, onde, as plantas desenvolvem folhas e alongam o caule até o florescimento que ocorrerá entre 70 e 90 dias após o transplante.

Fonte: Relatório técnico ‘Desenvolvimento da planta de fumo’, dos professores de agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) André Luís Thomas e Christian Bredemeier.

    

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