Decreto de situação de emergência de Mato Leitão pela estiagem é homologado pelo Estado

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O decreto de emergência em virtude da estiagem de Mato Leitão foi homologado pelo Governo do Estado nesta semana. A confirmação foi publicada no Diário Oficial do Estado de terça-feira, 25. Relatório elaborado pela Prefeitura e pelo escritório municipal da Emater, em dezembro, já apontava um prejuízo superior a R$ 15 milhões no setor primário. O milho é a cultura mais afetada pela falta de chuva.

Em âmbito municipal, a situação de emergência já havia sido declarada em 30 de dezembro. Além disso, no dia 11 de janeiro, o prefeito Carlos Bohn assinou um decreto determinando o racionamento de água em função da seca. Associações hídricas, responsáveis pelo abastecimento de moradores da cidade e do interior, também estão em alerta devido à capacidade dos poços artesianos.

Segundo o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, João Carlos Machry, nos últimos dias foram registradas pancadas de chuva localizadas, em especial na região de Vila Sampaio e de Vila Arroio Bonito, o que trouxe um certo alívio. No entanto, ele observa que essas precipitações colaboram apenas para o desenvolvimento das lavouras. “Essa chuva ajuda para a planta, mas para vertentes e rios não resolve”, comenta.

O prefeito Carlos Bohn explica que a homologação do decreto pelo Governo do Estado é importante para que agricultores do município possam aderir a programas estaduais para auxiliá-los com as perdas da estiagem. Também é um facilitador para o acesso e negociação de linhas de crédito usadas para custeio e para investimentos.

O chefe do Executivo ainda salienta que as perdas continuam e isso afetará a economia do município e do estado, tendo em vista a relevância do setor primário em relação à arrecadação. A Defesa Civil Municipal trabalha na finalização da documentação que será enviada à União, para a homologação do decreto municipal em esfera federal.

Milho é a cultura mais afetada com a seca até o momento, com prejuízo financeiro que ultrapassa R$ 12 milhões (Foto: AI Prefeitura)

Reservatórios

Há cerca de 50 dias, a Prefeitura está atendendo seis produtores, distribuídos entre Vila Arroio Bonito, Vila Sampaio e a localidade de Duque de Caxias, com água para o consumo animal. Além disso, Machry informa que muitos agricultores já perderam soja que havia sido semeada. “Tem produtor que está plantando pela terceira vez. Alguns arriscaram e plantaram antes da chuva dos últimos dias. Além da falta de chuva, também estamos tendo dias muito quentes”, observa.

Segundo o secretário de Agricultura, tanto o plantio do milho safrinha quanto o da soja está atrasado. “O milho normalmente se planta a partir do início de janeiro, e a soja já começa em novembro. A cada semana a produção vai diminuir. O que vai resolver é a chuva”, ressalta. O titular da pasta ainda avalia que a existência de reservatório nas propriedades está amenizando a situação. “Se não fosse o Programa de Açudagem, que existe há anos, não sei como estaria a situação do interior, nem de onde se buscaria água”, comenta.

Na segunda-feira, 24, Machry participou da reunião mensal da Associação dos Secretários da Agricultura do Vale do Taquari (Asmvat), vinculada à Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat). A estiagem foi uma das pautas do encontro. Além do secretário, o técnico da Emater, Rudinei Pinheiro Medeiros, também representou Mato Leitão na atividade.

*Com informações da Assessoria de Imprensa da Prefeitura



Taís Fortes

Taís Fortes

Repórter da Folha do Mate responsável pela microrregião (Mato Leitão, Passo do Sobrado e Vale Verde) e integrante da bancada do programa jornalístico Terra em Uma Hora, da Terra FM

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