Dia do Colono: rotina marcada pela agricultura e a integração

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Uma visita à casa da família Specht, em Linha Duvidosa, é uma oportunidade para conhecer uma típica família de agricultores e descendentes germânicos. Na lida com o cultivo de tabaco e na produção leiteira ou nos momentos de integração com a família e os vizinhos, o que predomina é o dialeto alemão. “Têm coisas que a gente só consegue explicar direito em alemão”, diz Auri João Specht, 62 anos.

Ele e a esposa Silane Hendges Specht, 61 anos, estão casados há quatro décadas. Bem-humorados, eles contam que, apesar das dificuldades e a desvalorização enfrentadas pelos agricultores, criaram três filhos e nunca pensaram em sair do interior. “Aqui, temos alimento saudável e à disposição. O que a gente consegue, a gente planta. Tem de tudo”, diz o aposentado.

O quintal na frente de casa, com verduras e legumes vistosos, é o orgulho de Silane. Ela também é ‘especialista’ em receitas com o gostinho da colônia, herdadas da mãe: a Waffle de melado, cuca caseira de Kässchmier e o pão de milho.

Os netos, Paloma Specht Freitag, 10 anos, e Ismael Renan Specht, 1 ano, já conhecem as delícias da avó e entendem tudo na língua alemã – embora ainda não fale, o menino já responde, em gestos, aos comentários dos avós. A neta mais velha fala o dialeto e, quando quer aprender uma nova palavra, pede ajuda aos avós.

Convivência comunitária

Para o casal Specht, a convivência com a família está entre as maiores alegrias. “No fim de semana, todo mundo se reúne aqui em casa”, conta Auri. Ele também destaca a forte integração com os vizinhos e com moradores de outras comunidades – uma das grandes vantagens de morar no interior, na visão do casal. “Na cidade, muitas vezes, os vizinhos nem se conhecem”, observa Auri.

As festas, os encontros da sociedade e do Clube de Mães Unidas de Santana, suspensos por conta da pandemia do coronavírus, têm feito muita falta para os moradores de Duvidosa. “Quando as mulheres se reúnem, só precisa um chimarrão, uma coisa pra comer, e está feito”, diz Silane, sorridente.

Specht lembra que, toda segunda-feira à noite, moradores da localidade se reuniam para uma galinhada na sociedade. Na sexta-feira, era dia de xixo. “Nos fins de semana, aproveitamos muito os bailes. Trabalhamos em casa até o meio-dia, mas depois vamos logo para os bailes de terceira idade ou participamos de algum jantar-baile”, conta.



Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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