Estufa de carga contínua a pellet é inovação, conforto e qualidade em Passo do Sobrado

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O retorno do jovem para o interior está, muitas vezes, atrelado à atualização e à inserção de tecnologias na propriedade, seja em máquinas, implementos ou estudo como formação técnica. Em Passo do Sobrado, no Corredor dos Rosa, Marcos Luis Dörr da Silva, 23 anos, foi para o quartel aos 18 anos, trabalhou na cidade e agora decidiu voltar para casa e inovar na cultura do tabaco. “Naquele ano, eu saí do interior pois deu uma safra ruim. Lembro que foi um ano difícil e o pai falou para buscar emprego fora. Dois anos depois estavam gastando muito com peão e decidi voltar”, conta.

Essa já é a terceira safra de Marcos ao lado dos pais José Luiz Landim da Silva, 46 anos, e Silvia Regina Dörr, 44 anos. “Chegou uma hora que me dei conta que precisa voltar, pois cresci vendo meus pais plantando fumo. Voltei para a lavoura e investi, trouxe ideias para evoluir e facilitar nosso serviço”, comenta Marcos.

A primeira modernidade que o jovem trouxe foi um trator mais potente. Na segunda safra, uma estufa de carga contínua foi instalada para ser utilizada paralelamente com as estufas convencionais. Assim, aliando o conhecimento dos pais e do jovem, a família garantiu uma boa safra no ano passado. “A estufa de carga contínua veio para facilitar a mão de obra. Agora, nós três damos conta de colher os 110 mil pés de tabaco, pois todo dia a gente colhe 40 grampos.”

O jovem produtor de tabaco reforça que, com a nova estufa, houve a redução na mão de obra, qualidade no tabaco e retorno financeiro. No pico da safra, as duas estufas convencionais auxiliam na secagem do tabaco além da estufa de carga contínua. “Com a estufa nova, a gente leva duas horas para colher e encher um dos espaços. Ela foi ligada no dia 28 de setembro e permanece funcionando 24 horas por 90 dias.”

“É brincar de colher tabaco. Nossa vida foi facilitada, temos mais conforto e percebemos a qualidade no tabaco e o retorno financeiro. Vale a pena investir. É uma novidade na região que, aos poucos, está se familiarizando, as pessoas estão vendo a diferença e que vale a pena.”

MARCOS LUIS DÖRR DA SILVA
Jovem produtor de tabaco

Propriedade é teste para a secagem de tabaco a pellet

A estufa de carga contínua já trouxe conforto e garantiu uma melhor qualidade de tabaco na safra passada e o trabalho rendeu bons resultados para a família. Com incentivo da Japan Tobacco International (JTI) e parceria com a Haas Madeiras, a família de Marcos Luis Dörr da Silva está testando a secagem do tabaco com pellet – biocombustível feito de madeira comprimida.

“A gente não sabia se ia dar certo nem como ia funcionar, mas nossa vida facilitou ainda mais, trouxe comodidade. Preciso abastecer o reservatório a cada dois dias. Com a lenha, precisava ser mais seguido. No forno convencional, a cada duas horas”, destaca Marcos.

A secagem do tabaco com o pellet permite qualidade de vida para o produtor e na qualidade da folha (Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

A família foi escolhida pela JTI para ser a propriedade para teste, após três anos de pesquisa na fazenda da empresa. O propósito, agora, é aliar os dados técnicos obtidos na fazenda e no produtor. “É uma satisfação ser escolhido pelas empresas para testar essa modernidade. É uma novidade na região e dá para notar diferença na qualidade da folha”, frisa o produtor.

Conforme o diretor da Haas Madeiras, Júnior Haas, o pellet para a secagem do tabaco é uma novidade. “Após três anos de testagem na fazenda da JTI, estamos testando o pellet em três propriedades, duas em Santa Cruz do Sul e uma em Passo do Sobrado. Assim como o pellet já se consolidou em outras atividades como nos aviários, no tabaco não deve ser diferente”, frisa Hass.

A Hass Madeiras está investindo na instalação da fábrica de pellet em Linha Brasil, interior de Venâncio Aires, com isso, após entrar em operação, o objetivo será o fornecimento local de pellet.Atualmente, a empresa importa o pellet para comercialização. “Vamos atuar com o coração do tabaco, afinal, essa é uma das grandes culturas do município. Assim, o produtor pode comprar aqui e estaremos fortalecendo a região.”

O uso do pellet para a secagem do tabaco está atrelado ao conforto, de acordo com Haas. “ As pessoas não querem mais fazer o trabalho de força, querem praticidade e qualidade de vida, aliados a uma boa produção no tabaco. Com o pellet, isso é possível”, acentua.

“É um momento de revolução do tabaco, assim como já presenciamos em outras culturas. O pellet traz qualidade de vida e qualidade na escala. Com ele, temos um controle de temperatura perfeita. Produzir mais com menos trabalho para o produtor.”

JÚNIOR HAAS

Diretor da Haas Madeiras

Pellet no tabaco

O uso de pellet na secagem do tabaco, segundo o diretor da Haas, vem sendo utilizado por outras empresas também. Além da JTI, a UTC, Philip Morris Brasil e BAT Brasil (antiga Souza Cruz) já testaram a tecnologia em suas fazendas e com seus produtores.

    

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