Um dos eventos mais tradicionais de Venâncio Aires movimentou a comunidade de Linha Cecília, a anfitriã da 43ª Festa Municipal do Colono, no sábado e domingo. Foi um fim de semana ‘cheio’ na Associação Bom Humor, que recepcionou milhares de visitantes do município, especialmente de Linha Andréas, Vila Teresinha, Linha Santana e Linha Duvidosa, as demais envolvidas no rodízio anual da festa. Essa edição também foi de retomada, afinal, o último evento ocorreu em 2019, antes da pandemia.
Na maior parte dos rostos que estiveram por lá, as marcas da idade deixavam claro qual a geração predominante. São, de fato, os mais velhos os grandes responsáveis pela manutenção de eventos como esse. Prova disso, é que muitos deles já faziam parte no início de tudo, há quase 50 anos, quando a festa foi criada com o objetivo de homenagear homens e mulheres que trabalham no campo. Entre eles, Soeli Neli Reckziegel Becker, 73 anos.
Moradora de Linha Cecília desde 1970, quando casou com o Alvino Becker, 77 anos, ela entende que as festas são importantes pela mobilização. “Festas assim são sempre um lembrete para que o colono ou agricultor não seja esquecido. E a cada ano, numa comunidade diferente, isso se renova. É bonita essa mobilização para manter a história”, avaliou Soeli, que durante a vida dividiu os dias entre a sala de aula (era professora primária durante as manhãs) e a roça (sempre ajudando na lavoura todas as tardes).
Em família
Mas entre os mais velhos, também estiveram na Festa do Colono muitos jovens adultos e crianças, como Rosmere Pohl Scheibler, 40 anos, que levou o filho João Guilherme, de um ano e meio, e a mãe dela, Lecy Liva Pohl, 74 anos. Elas são naturais de Linha Andréas, mas há muitos anos moram em Cecília, onde têm produção de gado leiteiro.
“São essas festas que vão garantir a continuidade das tradições dos agricultores, que não vão deixar isso acabar. Porque ensinam sobre o passado e trazem conhecimento para os mais novos. E é uma convivência entre as próprias comunidades, ter essa troca”, avaliou Rosmere, que quando ainda morava em Linha Andréas, ajudava na recepção das festas do colono.
Avaliação
• O presidente da Associação Bom Humor, Inácio Becker, avaliou como “excelente” a festa do fim de semana. “Não tem do que reclamar. Conversei com os visitantes e com os expositores, todos elogiaram muito a festa e a organização. Foram quase 1 mil almoços no domingo e no sábado também teve um grande público. Só temos que agradecer a todos que contribuíram e ao público. Foi excelente.”
Gincanas
• Outra atividade tradicional da Festa do Colono é a gincana entre as comunidades visitantes. Desde o baile de escolha da Garota Teuto-brasileira e demais tarefas ao longo dos dois dias de evento, pontos vão sendo somados.
• A Associação de Leitura, Canto e Jovialidade, de Linha Andréas, venceu; seguida da Associação Esportiva e Recreativa Teresinha (Aert), de Vila Teresinha; Associação Esportiva Duvidosa, de Linha Duvidosa; e Associação Esportiva e Recreativa Santo Antônio, de Linha Santana.
• O prêmio é um salário mínimo dividido entre as participantes, sendo que a campeã leva R$ 500 e as demais recebem 1/3 cada uma do valor restante.