Na abertura, no sábado, centenas de pessoas das comunidades visitantes foram recepcionadas no ginásio de Linha Cecília (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)
Na abertura, no sábado, centenas de pessoas das comunidades visitantes foram recepcionadas no ginásio de Linha Cecília (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

Um dos eventos mais tradicionais de Venâncio Aires movimentou a comunidade de Linha Cecília, a anfitriã da 43ª Festa Municipal do Colono, no sábado e domingo. Foi um fim de semana ‘cheio’ na Associação Bom Humor, que recepcionou milhares de visitantes do município, especialmente de Linha Andréas, Vila Teresinha, Linha Santana e Linha Duvidosa, as demais envolvidas no rodízio anual da festa. Essa edição também foi de retomada, afinal, o último evento ocorreu em 2019, antes da pandemia.

Na maior parte dos rostos que estiveram por lá, as marcas da idade deixavam claro qual a geração predominante. São, de fato, os mais velhos os grandes responsáveis pela manutenção de eventos como esse. Prova disso, é que muitos deles já faziam parte no início de tudo, há quase 50 anos, quando a festa foi criada com o objetivo de homenagear homens e mulheres que trabalham no campo. Entre eles, Soeli Neli Reckziegel Becker, 73 anos.

Soeli Neli Reckziegel Becker é moradora de Linha Cecília desde 1970 (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

Moradora de Linha Cecília desde 1970, quando casou com o Alvino Becker, 77 anos, ela entende que as festas são importantes pela mobilização. “Festas assim são sempre um lembrete para que o colono ou agricultor não seja esquecido. E a cada ano, numa comunidade diferente, isso se renova. É bonita essa mobilização para manter a história”, avaliou Soeli, que durante a vida dividiu os dias entre a sala de aula (era professora primária durante as manhãs) e a roça (sempre ajudando na lavoura todas as tardes).

Em família

Mas entre os mais velhos, também estiveram na Festa do Colono muitos jovens adultos e crianças, como Rosmere Pohl Scheibler, 40 anos, que levou o filho João Guilherme, de um ano e meio, e a mãe dela, Lecy Liva Pohl, 74 anos. Elas são naturais de Linha Andréas, mas há muitos anos moram em Cecília, onde têm produção de gado leiteiro.

Rosmere Pohl Scheibler levou o filho João Guilherme e a mãe dela, Lecy Liva Pohl para prestigiarem a festa (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

“São essas festas que vão garantir a continuidade das tradições dos agricultores, que não vão deixar isso acabar. Porque ensinam sobre o passado e trazem conhecimento para os mais novos. E é uma convivência entre as próprias comunidades, ter essa troca”, avaliou Rosmere, que quando ainda morava em Linha Andréas, ajudava na recepção das festas do colono.

Avaliação

• O presidente da Associação Bom Humor, Inácio Becker, avaliou como “excelente” a festa do fim de semana. “Não tem do que reclamar. Conversei com os visitantes e com os expositores, todos elogiaram muito a festa e a organização. Foram quase 1 mil almoços no domingo e no sábado também teve um grande público. Só temos que agradecer a todos que contribuíram e ao público. Foi excelente.”

Gincanas

• Outra atividade tradicional da Festa do Colono é a gincana entre as comunidades visitantes. Desde o baile de escolha da Garota Teuto-brasileira e demais tarefas ao longo dos dois dias de evento, pontos vão sendo somados.

• A Associação de Leitura, Canto e Jovialidade, de Linha Andréas, venceu; seguida da Associação Esportiva e Recreativa Teresinha (Aert), de Vila Teresinha; Associação Esportiva Duvidosa, de Linha Duvidosa; e Associação Esportiva e Recreativa Santo Antônio, de Linha Santana.

• O prêmio é um salário mínimo dividido entre as participantes, sendo que a campeã leva R$ 500 e as demais recebem 1/3 cada uma do valor restante.

Tarefas da gincana também movimentaram as comunidades (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)