Fumicultores intensificam o plantio e índice de tabaco transplantado alcança 15%

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Conforme a pesquisa de campo realizada pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), o percentual de tabaco da safra 2019/20 transplantado de forma definitiva na região do Vale do Rio Pardo – que inclui Venâncio Aires -, soma 15% até o momento. Nos três estados da Região Sul, o índice chega a 13%.

Caso as condições do clima continuem favoráveis, o gerente técnico da Afubra, Paulo Vicente Ogliari, estima que este índice deverá aumentar consideravelmente a partir da próxima semana, pois em muitas regiões, esta é a época ideal para realizar o transplante definitivo das mudas. Além disso, observa Ogliari, o índice plantado ainda não é tão acentuado devido ao comportamento do clima, que não ofereceu as condições ideais para o transplante, como o frio intenso ocorrido nas primeiras semanas do mês de julho e o excesso de chuvas verificado na semana passada, quando caíram em torno de 150 milímetros.

PRODUTOR

Com um total estimado de 80 mil pés, o casal Elisabeti e Abelar Borges, de Linha Ponte Queimada, até o fim da tarde de ontem, transplantou 40 mil mudas. O restante será plantado daqui a 15 dias. Borges salienta que sempre faz o plantio escalonado, o que facilita a condução da cultura na lavoura, principalmente na época da capação (retirada das flores), aplicação do antibrotante e colheita, pois facilita a cura e a secagem e não sobrecarrega as estufas. Para a safra, ele contratou a mão de de obra de dois diaristas.

Na safra passada, do total de 80 mil pés, o fumicultor colheu 906 arrobas. A expectativa é de novamente colher uma safra cheia, pois o tabaco é a principal fonte de renda da propriedade. “Investimos no tabaco, pois ainda é a única cultura que proporciona uma ótima renda por hectare. A nossa propriedade tem somente três hectares”, frisa, acrescentando que arrenda mais uma área de um vizinho, onde planta 50 mil pés de tabaco.

Borges salienta que uma das poucas atividades que seria viável para mudar a matriz produtiva, seria a produção de leite. “No entanto, hoje, estes produtores estão pagando para produzir leite. Como vou mudar a matriz produtiva e investir em uma atividade onde preciso pagar para produzir?”, questiona.


“Mesmo que a gente quisesse mudar de cultura, seria muito difícil, pois temos a nossa propriedade toda estruturada para a produção de tabaco.”

ABELAR BORGES – Fumicultor


CUIDADOS

  • No caso das previsões de muito frio se confirmarem para este fim de semana, Ogliari reforça os cuidados básicos que os fumicultores devem ter, principalmente com as mudas do floating criadas nas piscinas.
  • Deve ser mantido o nível de água para elas não congelarem, evitando a queima da raiz. Se isso ocorre, as mudas não servem mais para o transplante, pois na própria piscina começam a criar a fungos que, se forem levados para a lavoura, podem ocasionar doenças e outras pragas que são prejudiciais ao solo, ao tabaco e até para outras culturas. Também se deve manter os canteiros bem protegidos.
  • Assim como Venâncio Aires, outras regiões produtoras de tabaco do Rio Grande do Sul também têm um calendário diferente para o plantio, onde o transplante se inicia somente no mês de setembro, ou até mesmo em outubro. Porém, segundo Paulo Vicente Ogliari, esta é uma realidade que aos poucos vem mudando e os fumicultores destas regiões também antecipam o plantio para não atrasar demais a colheita e o plantio do milho na resteva do tabaco.
  • Eles tomam esta precaução para, caso ocorram geadas cedo – principalmente no mês de abril -, não contabilizarem perdas no milho safrinha, que serve de alimento tanto humano quanto para os animais das propriedades

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SAFRA 2018/19

• Na região do Vale Rio Pardo, afirma Paulo Vicente Ogliari, a compra está encerrada, faltando em torno de 4% a 5% da região dos municípios de Canguçu e Camaquã, pois lá o tabaco é plantado bem mais tarde.

• A Afubra está trabalhando com 691 mil toneladas na safra 2018/19, sendo 603 mil toneladas de Virgínia, 80 mil toneladas de Burley e 8 mil toneladas de Galpão Comum.

• Para a safra 2019/20, Ogliari confirma que se fala nos mesmos números e sem aumentar a área. Se sabe que há regiões nas quais os fumicultores estão ampliando a área, mas isto não é tanto no Rio Grande do Sul, e sim, em Santa Ctarina e no Paraná, onde os fumicultores produziram muito mal, com pouca qualidade e querem plantar mais para compensar as perdas deste ano.

    

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