Infográfico: a expansão do setor avícola em Venâncio Aires

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A procura pela diversificação é destaque no interior de Venâncio Aires. As famílias buscam cada vez mais diferentes áreas para investir, diversificar e, muitas vezes, garantir a sucessão rural ou até mesmo o retorno dos filhos para o perímetro rural.

Com isso, muitos optam pelo segmento da proteína animal. O que está em maior expansão e gera o maior Valor Bruto da Produção Agrícola (VBPA) para o município, depois do tabaco, é o setor avícola. No início, para muitas famílias, é um momento bastante complexo, é uma tomada de decisão difícil, pois um grande valor de capital investido gira em torno dos empreendimentos, mas ao longo dos anos, houve facilitadores, medidas que incentivam ainda mais a produção, como por exemplo as integradoras que auxiliam no pagamento do investimento.

Hoje, Venâncio Aires já tem 36 famílias que fazem parte da lista de avicultores integrados à Emater-RS/Ascar. Conforme o chefe do escritório local, Vicente Fin, são 44 aviários em produção e outros 21 estão em construção ou estão com o projeto e investimento aprovado, aguardando o primeiro trabalho, que é a terraplenagem. A expectativa para a safra 2021/2022 é de uma produção de 10,5 milhões de frangos de corte no município.

condomínio interna
Venâncio tem 21 novos galpões que estão em fase de construção ou projeto (Foto: Rosana Wessling/Folha do Mate)

Além disso, três famílias produzem ovos férteis: uma média de 54 mil matrizes e uma produção de 820 mil dúzias de ovos por safra. O município também tem dois aviários sendo construídos para a produção de 64 mil frangas, por safra, que serão destinadas para a postura.

Potencial para o setor avícola

Fin observa que, desde 2007, o município começou a caminhar para a diversificação, com a aposta no setor avícola. “Faz muitos anos que já estamos trabalhando nessa linha”, frisa. De acordo com dados da Emater, em 2010, mais famílias começaram a sinalizar a vontade de produzir frangos. “Mas em 2016 deu um verdadeiro ‘boom’, muitos começaram a procurar a Emater para buscar a diversificação e a sucessão rural.”

Segundo o engenheiro agrônomo, o setor avícola se destaca por ser um produto com venda garantida e rentabilidade. “Com isso jovens optam em ficar no campo e outros voltam. A gente percebe que muitos produtores pensam na sucessão rural e apostam em aviários para o filho ficar na propriedade”, detalha Fin.

Ele ressalta que diversos fatores favorecem a instalação de novos empreendimentos avícolas em Venâncio. “O Município passou a sinalizar mais auxílio para o produtor com o edital da diversificação, que permite o incentivo de 100 horas-máquina, além de uma melhoria no acesso e estradas gerais”, salienta o chefe do escritório da Emater.

Além disso, Fin destaca que os municípios próximos das integradores passaram a ter dificuldades em oferta de área, o que exige alto investimento em terraplenagem, e muitos esbarram nas questões ambientais. Com isso, Venâncio Aires se tornou uma opção para investimentos na área. “Nós temos uma boa localização, não estamos tão distantes dos frigoríficos das integradoras. Além disso, temos as vias principais asfaltadas (RSC-453 e RSC-287), então o escoamento é rápido, mas ainda temos áreas possíveis, sem a necessidade de grandes horas máquinas.”

Outro fator positivo, segundo o chefe da Emater, é a grande quantidade de atividades agrícolas que possui a demanda de fertilizantes, o que também se interliga com o setor avícola, pois um dos requisitos para a instalação dos aviários é a área de destinação dos dejetos. “O ciclo de entrega também é bastante rápido e isso gera uma renda mais contínua dentro das propriedades”, complementa Fin.

Um investimento na recria de matrizes

Dos 21 galpões que estão sendo construídos em Venâncio Aires, dois estão localizados em Linha Monte Belo, na divisa com Linha 25 de Julho. Os Cavagnoli são a primeira família integrada com a Agroaraçá Alimentos, antiga Nicolini, e pretendem, até o fim deste ano, terminar a construção dos dois galpões de 2,6 mil metros quadrados cada.

Ricardo Cavagnoli, 27 anos, trabalha no ramo avícola, na empresa Avesul, representante da Big Dutchman, em Lajeado. Ao lado da companheira Janice Wolfrart, 27 anos, decidiu apostar na produção avícola. “Há uns seis anos, meus pais adquiriram essa área no Monte Belo e como nossa ideia era trabalhar com a ponta do setor de aves, o lugar era propício”, frisa ele, que é natural de Barracão, no Paraná.

Ricardo e Janice estão construindo dois aviários para a recria de matrizes para a Agroaraçá Alimentos. “Vamos trabalhar com a genética do frango. Ele vai chegar aqui pintinho, ficar em torno de 23 a 24 semanas, até chegar na idade reprodutiva, e daqui a galinha vai ir para o matrizeiro. Depois, os ovos vão para o incubatório e só então chegam ao produtor que trabalha com o frango de corte. É uma cadeia.”

Produtor está construindo dois galpões em Linha Monte Belo (Foto: Roni Müller/Folha do Mate)

As obras iniciaram em novembro de 2020. Após um grande serviço de terraplenagem, o investidor comenta que parte do galpão já está erguida. Por se tratar de um empreendimento que irá criar o início do ciclo das aves, ele explica que o local foi escolhido por atender as exigências. “Precisa ser um lugar mais alto, isolado, sem aviários em um raio de três quilômetros, e são inúmeras condições que precisam ser atendidas”, detalha.

Além disso, Cavagnoli frisa que a localização é boa, pois está próximo do asfalto de Vila Santa Emília. Dos aviários até o asfalto são cerca de 5 quilômetros. “Venâncio ainda tem pouca expansão no setor avícola em comparação a outros município. Então, para esse segmento, precisa de um distanciamento melhor e aqui é um local ideal para esse tipo de negócio”, comenta ao se referir à localidade.

Serão cerca de dois lotes por ano e, em cada um, 28 mil fêmeas e quatro mil machos. O investidor acredita que o setor ainda deve crescer bastante no município, por ter diversas áreas que ainda não foram exploradas. “Hoje é um setor que te dá uma segurança de trabalho, pois o mundo todo precisa de alimentos. Então é um negócio viável e que vale a pena ser investido”, frisa.

Produtor de Monte Belo
Ricardo Cavagnoli decidiu apostar em dois aviários para recria de matrizes no Monte Belo (Foto: Roni Müller/Folha do Mate)

Aposta do setor avícola na região serrana

Em Venâncio Aires, são cinco empresas integradoras que apostam no setor avícola. Alguns distritos se destacam, como é o caso do 4º Distrito, que lidera o ranking com a maior produção no município, sendo 27 galpões em construção e/ou alojamento. As localidade de Linha São Miguel e Linha 25 de Julho se destacam no distrito, que tem Vila Santa Emília como sede, afinal, nessas duas localidades, são 10 aviários.

A segunda região que se destaca é o 6º Distrito, que tem como sede Vila Palanque. São 16 aviários no distrito, e a maioria concentra-se na Linha Herval. A terceira região que vem sendo destaque é o 9º Distrito, de Vila Estância Nova, com nove galpões.

“São três distritos que se destacam e concentram a maior parte dos empreendimentos avícolas. Mas temos uma grande área disponível e em outras localidades onde o setor começa a se expandir”, enfatiza o chefe do escritório local da Emater/RS-Ascar, Vicente Fin.

Uma das regiões que visa ser cada vez mais explorada é a região serrana. Um dos exemplos é a família Reckziegel que está construindo dois aviários em Linha Sexto Regimento, integrada com a BFR Foods. “A gente percebe que a região serrana tem um amplo potencial, assim como tantas outras regiões que ainda não foram exploradas”, pontua Fin.

Aviários por integradora

• Bom Frango – 8 famílias integradas

• BRF Foods – 19 famílias integradas

• Dália Alimentos – Condomínio Avícola de Linha 17 de Junho (18 famílias integradas)

• JBS – Uma família integrada

• Languiru – 3 famílias integradas

• Agroaraçá Alimentos (antiga Nicolini) – 2 aviários em construção (uma família integrada)

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