
As lavouras demonstrativas, um dos cartões-postais da Expoagro Afubra, já estão em preparação para a próxima edição da feira, realizada no parque em Rincão Del Rey, interior de Rio Pardo. Enquanto o público ainda marca no calendário os dias da feira , que será entre os dias 24 e 27 de março de 2026, equipes técnicas e expositores ocupam o parque para organizar o que, na prática, funciona como um grande campo experimental a céu aberto.
Espalhadas em uma área de cerca de quatro hectares, próxima ao pórtico de entrada, as lavouras demonstrativas reúnem culturas como soja, milho, arroz, trigo para silagem, tabaco, pastagens, frutas e hortaliças. Cada lote pertence a um expositor, que pode contar com o apoio da Afubra para o manejo diário das plantas.
Embora o público veja as lavouras no auge durante os dias de Expoagro Afubra, o preparo começa meses antes – e, em muitos casos, praticamente não para ao longo do ano. A escolha das culturas, a definição das variedades, o planejamento de plantio e adubação e a instalação de sistemas de irrigação são feitos de forma escalonada, de acordo com o ciclo de cada planta, para que tudo esteja no ponto ideal de demonstração na data da feira.
Segundo o coordenador geral da Expoagro Afubra, engenheiro agrônomo Marco Antonio Dornelles, o grande desafio é ‘acertar o relógio’ de cada cultura. Ele explica que grãos como soja e milho são implantados ainda na primavera, enquanto o tabaco costuma ser transplantado já no verão, respeitando a época correta de desenvolvimento. Um grupo de funcionários acompanha diariamente as áreas, ajustando irrigação, controle de pragas e adubação conforme a necessidade. “Não é só plantar e esperar a feira chegar. As lavouras são monitoradas o tempo todo para que o visitante encontre plantas bem formadas, produtivas e com sanidade, porque é isso que ajuda o produtor a tomar decisões para a sua propriedade”, destaca Dornelles.
Irrigação
Nos últimos anos, a equipe também tem enfrentado a instabilidade climática, com períodos de excesso de chuva alternados com estiagens. Para contornar esses desafios, o parque conta com uma estrutura de irrigação planejada e acompanhamento constante das condições do solo e das plantas. “Às vezes, o clima nos testa, mas a equipe já está acostumada a se adaptar. O objetivo é garantir que, quando o visitante chegar, encontre as lavouras bonitas e produtivas”, afirma Dornelles, reforçando que o trabalho de bastidor é tão importante quanto o que o público vê durante a feira.
‘Sala de aula’
Mais do que cenário para fotos, as lavouras demonstrativas funcionam como sala de aula a céu aberto. Em cada talhão, empresas e instituições de pesquisa apresentam sementes mais produtivas, tecnologias de manejo de solo e água, defensivos e bioinsumos, além de soluções digitais, como sensores e drones para monitoramento. Agricultores aproveitam o espaço para comparar, na prática, diferentes cultivares e sistemas de produção, observando de perto o que muda em altura de plantas, sanidade, cobertura de solo e produtividade esperada. Isso facilita a compreensão de novas técnicas e aumenta a confiança na hora de adotá-las nas propriedades.
Fonte: AI Afubra