Lisane Schuster: protagonismo feminino na produção de tabaco

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A força de vontade e a persistência são marcas no trabalho da produtora rural Lisane Teresinha Schuster, 44 anos, moradora da divisa entre Vila Arlindo e Linha Seival. Os números provam que a dedicação vale a pena, pois na última safra, a agricultora fez uma produção acima da média. “Vendi pouca coisa de fumo escuro, acho que uns 20 quilos. O restante era tudo fumo claro”, frisa, referindo-se à qualidade do tabaco produzido.

Desde 2013, quando o marido Gerson Luis Schuster, 49 anos, decidiu abrir uma transportadora e viajar pelo Rio Grande do Sul, Lisane precisou se reinventar. “A gente plantava tabaco junto, foi uma vida toda trabalhando com isso, então muita coisa eu já sabia, era só ter coragem e tocar a frente”, conta.

Agricultora conta que teve que vencer inúmeros obstáculos para tocar a produção de tabaco. Entre eles, dirigir trator, o que hoje é feito com muita naturalidade e tranquilidade (Foto: Rosana Wessling/Folha do Mate)

Com quatro estufas convencionais, terras, trator e implementos, a agricultora decidiu que era hora de assumir a produção e tocar a propriedade. “Foi uma decisão difícil, pois é muita responsabilidade. Não é fácil acordar de noite e cuidar do forno de fumo, mas é algo que eu gosto e domino”, frisa.

Integrada com a China Brasil Tabacos, Lisane é responsável por todo o processo de produção do tabaco: desde as mudas no canteiro até o plantio, o manejo e a colheita. “Depois eu mesma que vou na indústria vender meu tabaco. Lembro que em uma das primeiras vezes que fui, cheguei na empresa e não tinha uma mulher produtora, eram só homens. Hoje eu já nem dou bola, se sou eu que planto, nada melhor do que eu vender meu produto”, destaca.

Cultivando a variedade AOV212, a produtora relata, orgulhosa, a trajetória e as boas safras. Atualmente, são 70 mil pés na lavoura, e a colheita deve iniciar nesta próxima semana.

Mãe de Arthur, com 3 anos e 7 meses, Lisane afirma que esses três meses são bastante complicados. “A época da colheita é a mais puxada. Há cinco anos decidi que iria contar uma empreiteira para fazer a colheita, mas mesmo assim ainda acompanho todo processo.”

“As últimas safras foram de bons resultados. Mas sempre digo que é necessário ter força de vontade, coragem e persistência. Aprendi muita coisa. É muito difícil ver mulheres sendo protagonistas nas propriedades, mas eu sempre falo que basta querer e lutar.”

LISANE SCHUSTER
Produtora Rural

Colheita contínua

Engana-se quem acredita que Lisane não está na lavoura enquanto as equipes fazem a colheita. “Eu foco bastante na qualidade, pois isso me dá um bom retorno depois”, comenta. O método adotado na propriedade é a colheita contínua, com cinco etapas de colheita. “Muitos fazem só três apanhas. Eu faço cinco. A gente começa a colher essa semana e não folga nenhuma semana”, explica.

Cultivando a variedade AOV212, a produtora relata, orgulhosa, a trajetória e as boas safras (Foto: Rosana Wessling/Folha do Mate)

Para conseguir bons resultados, o plantio também é escalonado. Foram três semanas de plantio. “A colheita contínua compensa, dá uma qualidade impecável. Vale a pena. Na hora da venda isso reflete positivamente.”

Segundo a produtora, toda a colheita é acompanhada por ela. “Estou sempre junto para ver quais folhas podem ser tiradas e quais ainda podem esperar. Toco todo o processo. Eventualmente meu esposo me ajuda, mas isso é mais na hora de tirar as flores e passar antibrotante”, cita.

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