Produtores esperam nova valorização na hora da venda. Expectativa é de um volume maior de tabaco nesta safra.
Assim como vem acontecendo nos últimos anos, a maioria das indústrias vai adiantar a compra do tabaco, como início previsto para janeiro (veja abaixo). Parte do movimento tem relação com a antecipação do plantio e o consequente término da secagem antes da virada do ano, mas as motivações também passam pelo incentivo à economia local.
Na Marasca, por exemplo, a compra novamente começou em novembro. Segundo o gerente de Produção Agrícola da empresa, Roberto Antônio Machado, o adiantamento atende a uma solicitação dos produtores integrados e segue uma política que já vem sendo adotada há mais de 10 anos. “A medida é importante para garantir uma renda extra ao produtor neste fim de ano e também visa a sustentabilidade da cadeia produtiva. No beneficiamento, não temos alterações, pois essa compra em novembro e dezembro já é cultural da empresa e está no planejamento”, explica Machado.
Ainda conforme informado pela Marasca, neste período será utilizada a tabela oficial de preços da safra 2023/24 e todo tabaco comercializado pelos produtores integrados será reajustado posteriormente conforme os percentuais definidos nas negociações de preços para a safra 2024/25.
Preço
Sobre as negociações de preço, ocorreu ontem o primeiro encontro para safra 2024/25. Conforme acordado com as empresas, as entidades representativas dos produtores apenas as receberiam se tivessem proposta de reajuste concreta baseada no índice do custo de produção de cada empresa.
Segundo a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), as instituições foram contatadas e a JTI agendou. “É a única reunião no ano ainda. As demais, tendo uma proposta condizente com os custos de produção, serão a partir de janeiro”, destaca o presidente da Afubra, Marcilio Drescher.
Ainda conforme o presidente, ele reiterou o que já comentou em outras oportunidades sobre a expectativa de preço pago ao produtor. Segundo ele, como as últimas safras foram mais lucrativas, alguns produtores plantaram mais, levando a um aumento de área. Mas isso pode acarretar numa produção alta e influenciar na remuneração. “Tendo uma oferta maior de tabaco, já equilibra com a demanda. E esse ano temos situações pontuais de região afetadas na qualidade e a remuneração pode ficar abaixo”, observa Marcilio Drescher.
Expectativa
Produtor de Linha Marechal Floriano, interior de Venâncio Aires, Valério Liebel, 52 anos, já tem tabaco seco e vive a expectativa pela comercialização – ele vende para a Alliance One. Neste ano, ele e a esposa Naiara, 51, plantaram 53 mil pés. Não plantaram mais, nem menos em relação às últimas safras, mas já sabem que o volume tende a ser maior.
“Com a chuva e umidade ano passado, chegou a 9 arrobas a cada mil pés. Esse ano o clima está ajudando e acho que pode chegar a 11, até 12 arrobas. Todo mundo vai ter mais fumo, mas seria importante receber o mesmo valor ou até mais que o ano passado, porque as despesas não diminuíram”, avalia Liebel. O agricultor lembra que, na safra passada, o pagamento foi igual para todo o tabaco. “O receio é que, com a maior quantidade, volte a venda por classe. Daí o preço médio pago pode diminuir muito e ficaremos no prejuízo.”
Início da compra de tabaco nas empresas associadas ao SindiTabaco
- Alliance One – segundo quinzena de janeiro
- ATC – começou em setembro
- BAT Brasil – 13 de janeiro
- Brasfumo – 6 de janeiro
- China Brasil Tabacos – 16 de janeiro
- CTA Continental – 14 de janeiro
- JTI – 9 de janeiro
- Philip Morris Brasil – 8 de janeiro
- Premium Tabacos do Brasil – 7 de janeiro
- Tabacos Marasca – começou 18 de novembro e retorna 13 de janeiro, após as férias coletivas
- Universal Leaf – sem previsão
- UTC – 8 de janeiro