A lida no campo. O cheiro da terra. O contato com a natureza. A liberdade para gerenciar o próprio horário e a rotina. Para a agricultora Martha Caroline Gaertner, 30 anos, de Linha Antão, no interior de Venâncio Aires, esses são alguns dos pontos positivos de trabalhar no interior. Ela sempre morou no interior, mas, após concluir o Ensino Médio, trabalhou por um período como caixa em um supermercado da cidade. “A maioria dos jovens tem esse sonho depois da escola”, observa.
Em 2016, no entanto, ela decidiu trabalhar na lavoura. Desde então, Martha e o marido Fernando Closs, 34 anos, começaram a construir a história na mesma propriedade onde os pais e os avós paternos dela residem e sempre atuaram na agricultura.
Além do cultivo do tabaco – nesta safra são 75 mil pés – o casal produz mudas de tabaco, comercializadas para diversos municípios do Vale do Rio Pardo. Neste ano, foram 28 canteiros, o equivalente a 1,7 milhão de mudas. “Começamos plantando fumo e fizemos alguns canteiros de mudas a mais. A procura foi aumentando e assim fomos ampliando a quantidade”, relembra Martha.
De acordo com ela, a intenção é, futuramente, focar apenas na produção das mudas. Neste momento, entretanto, a produção de tabaco garante uma renda importante para viabilizar os investimentos na propriedade e a construção da casa própria, que deve ser concluída até início do próximo ano. “No futuro, pensamos em ampliar o trabalho com as mudas e a usina solar”, comenta a produtora rural, ao se referir às 150 placas fotovoltaicas para geração de energia solar, que é comercializada para uma empresa do Paraná e se transformou em remuneração extra ao casal.
“Nós dois sempre pensamos muito bem antes de tomara qualquer decisão, fazer um investimento. Foi assim quando decidimos voltar para o interior, comprar o forno elétrico para secar o fumo e para colocar a usina solar. Fizemos tudo sempre juntos, decidimos juntos. É a melhor opção”, considera a produtora. Outra peculiaridade da produção deles é a uma lavoura teste para a CTA Continental, empresa para o qual eles produzem tabaco. “Nos convidaram para participar. Plantamos as variedades e tem um acompanhamento frequente do orientador, que vem seguido até nossa propriedade”, comenta Martha.