Normativas melhoram qualidade do leite

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Aprovadas em novembro de 2018 e implantadas em meados deste ano, as Instruções Normativas nºs 76 e 77, estão impactando diretamente na melhora da qualidade do leite produzido pelos produtores. A constatação é do Conselho Estadual do Leite (Conseleite) durante a reunião realizada na terça-feira, 22, na sede da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, da qual participaram os produtores, Lauri Schwendler, de Venâncio Aires, integrante da Comissão do Leite da Farsul e Gérson Horn, de Mato Leitão.

Schwendler salienta que, conforme dados apresentados pelo Conseleite, em torno de 12% dos produtores do estado ainda não atingiram os índices de Contagem das Células Somáticas (CCS) e Contagem de Bactérias Totais (CBT) estabelecidos pelos normativas. Em outros estados, segundo Schwendler, a situação não é muito boa quanto aos índices, ou seja, os produtores ainda não adotaram as normativas. “Estamos bem aqui e conforme o conselho, melhorou, e muito, a qualidade do nosso produto”, salienta.

O produtor observa que na sua propriedade estas normativas não impactaram e lembra que no ano de 1997, a integradora para a qual produz, implantou o Programa Leite B, que basicamente consistia nas mesmas exigências das normativas. “Na época, para continuarmos na atividade, tivemos que nos adequar e mesmo, depois que a integradora encerrou o programa, continuamos a produzir com qualidade”, relembra, salientando que é favorável às normativas.

Produtor que não aplicar as normativas estará fora do mercado. (Foto – Edemar Etges/Folha do Mate)

ADEQUAÇÃO

“Como o nome já diz, são instruções normativas para os órgãos de fiscalização de leite. Não uma lei impositiva e sim, que direcionam à ação dos agentes fiscalizadores”, observa o engenheiro agrícola do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Diego Barden dos Santos. Ele acrescenta que ao longo dos anos foram sendo emitidas Instruções Normativas pelo Ministério da Agricultura, exigindo um produto com mais qualidade e o produtor, durante este período vem se adaptando, contando para isso, com o apoio das indústrias e da extensão rural oficial, que é a Emater.

Santos acentua que em Venâncio Aires, a Emater está trabalhando com os produtores e falando muito sobre a qualidade e higiene na ordenha. Com instruções que reforçam a metodologia de coleta e de embarque do leite na propriedade – onde a indústria é obrigada a carregar o produto com uma temperatura mais baixa – o leite chega nos lacticínios com melhor qualidade. “Entendo que agora toda a cadeia está preocupada com a qualidade pois a pressão não caiu somente sobre o produtor e quando ele não consegue a qualidade desejada, ele busca o nosso auxílio e conseguimos fazê-la”, frisa, acrescentando que os padrões hoje exigidos para a qualidade do leite – o que restringe o carregamento e a venda, é a unidade formada de colônia na CBT e isto se consegue corrigir rapidamente. “O que é mais complicado é corrigir é a CCS, sendo necessário trabalhar com o rebanho a longo prazo.”


“Esperamos que a correção do levantamento do preço referência possa ajudar a melhorar os valores pagos ao produtor.”

LAURI SCHWENDLER – Produtor de leite


PREÇO

Se a qualidade do leite foi melhorada, por outro lado, o que deixa a desejar é o preço recebido pelo produtor pelo litro do leite. Em muitos casos, o custo de produção é maior que o preço pago. Schwendler observa que o levantamento do preço de referência é definido pela Universidade de Passo Fundo e o que mesmo para outubro será de R$ 1,22 por litro. Nos últimos meses, a universidade se equivocou no levantamento e se baseou no valor praticado na Safra 2016/17, que foi de R$ 0,94 o litro. “A universidade estava usando custos de produção desatualizados para definirem o preço do litro do leite pago ao produtor”, observa.

    

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