Doenças no trigo, como a giberela, são causadas pelo excesso de chuva e comprometem a qualidade do grão (Foto: Arquivo pessoal)
Doenças no trigo, como a giberela, são causadas pelo excesso de chuva e comprometem a qualidade do grão (Foto: Arquivo pessoal)

Sem dar trégua por praticamente todo o mês de setembro, os dias chuvosos seguem constantes também em outubro e, além do tabaco, outras culturas agrícolas têm sofrido devido ao excesso de precipitação em Venâncio Aires. Nesta época do ano, em meio às lavouras já ‘amareladas’ de trigo em maturação, também são identificados problemas no desenvolvimento da planta, o que já compromete a produção.

Foto: Arquivo pessoal

Segundo a Emater, já há uma perda estimada de 40% na produção do trigo venâncio-airense devido ao excesso de chuva. “Em lavouras de diferentes partes do município, já aumentou a projeção de perda, que era de 35%. Hoje já temos uma perda de cerca de 40% no trigo. Alguns não conseguiram entrar na hora boa de fazer o controle porque coincidiu com a chuva e períodos muito úmidos favorecem doenças”, destacou o chefe do escritório local da Emater, Vicente Fin. Entre as doenças causadas por fungos, Fin cita a brusone, que o cacho fica comprometido, e a giberela, que afeta a espigueta e vai passando para outras.

Produtor de grãos em Linha Herval, Edson de Brito confirma problemas já identificados nas lavouras de trigo, que ele pretende começar a colher nos próximos dias. Na propriedade dele, parte das plantas desenvolveu a giberela. “Com certeza, esse clima já trouxe diversos prejuízos, em várias culturas. No trigo, o clima não foi propício desde o início. Antes deu um pico grande de calor e a planta desidratou. Depois, a chuvarada na floração e na pré secagem. O maior prejuízo se dá em função do excesso de chuva, porque causa perda de qualidade do grão e aí não serve mais para farinha”, explicou Brito.

Outras culturas

No fim de setembro, a Folha do Mate destacou os estragos que o excesso de chuva já causava nas lavouras de tabaco. Além do granizo, produtores relataram a presença do ‘olho de boi’ (manchas de cercospora e alternaria, fungos que atacam as folhas).

De acordo com a Emater, além do tabaco e trigo, o milho, as hortaliças, as frutas e o feijão têm sofrido nesta época devido ao excesso de chuva. Além de doenças folheares, a falta de luminosidade tem comprometido o desenvolvimento, o que também prejudica o arroz. O clima ainda impacta na sequência de outras culturas, seja atrasando o processo ou prejudicando o preparo da terra, como dificultando o tempo ideal para o plantio da soja.

Projeção no início da safra

De acordo com dados da Emater, 2023 indicou um plantio de trigo de 1,4 mil hectares – 150 a mais que no ano passado (12% de aumento) – feito por 46 famílias. Em maio, considerando uma projeção de até 45 sacos por hectare, a estimativa apontava para uma colheita de mais 3,78 mil toneladas.