Com a influência do fenômeno El Ñino, a tendência é de que o inverno no sul do Brasil seja mais chuvoso do que foi em temporadas anteriores. Como coincide com o período em que muitos produtores de tabaco vão levar as mudas para as lavouras, uma das preocupações é garantir uma boa preparação de solo.
Segundo o engenheiro agrônomo e supervisor de Planejamento e Agronomia da China Brasil Tabacos (CBT), Alisson Griebel, o objetivo é fazer com que não haja perda de solo e da própria fertilização. “Se busca a utilização de plantas de cobertura, para que se minimize os danos causados por excesso de chuva. Como temos previsão de El Ñino e consequentemente mais chuva nos próximos meses, se o solo não estiver bem preparado, pode causar escorrimento superficial do solo e levar também os fertilizantes.”
Para evitar essas situações, Griebel cita a orientação de plantas de cobertura de solo. “Nas regiões onde se consegue fazer a colheita até dezembro, podemos fazer uma cobertura de verão, gramíneas de ciclo de verão que formam a palhada e fazem essa cobertura. O enraizamento dela melhora a estrutura do solo. E tem a cobertura de inverno, onde o pessoal usa bastante aveia ou centeio”, exemplifica.

Quem já se precaveu para a safra 2023/24 é Adriano Nunes Chaves, 37 anos, morador de Rincão de Souza, interior de Venâncio Aires. O agricultor é integrado à CBT há cerca de 10 anos e vai plantar 60 mil pés de tabaco. Para garantir a cobertura de solo, ele geralmente opta pelo milheto no verão e aveia e centeio no inverno. “Com certeza, isso melhora a estrutura da terra e não dá erosão. E para o tabaco influencia bastante no desenvolvimento da planta e aumenta a produtividade.” O coordenador de Agronomia da CBT, Ciro Pereira, também comenta sobre o formato da lavoura do agricultor, como um exemplo para proteger o solo. “Ele faz camalhões bem largos e altos, com subsolagem. Assim, a água infiltra melhor e não fica parada na raiz”, explica.