A poda das frutíferas, em geral, visa melhorar o vigor das plantas, produzir mais com frutas melhores, manter a planta com um porte bom, que seja de fácil manuseio, conduzir a planta de forma desejada, e também, regular a alternância das safras onde em um ano se produz bem e no outro não, obtendo assim anualmente, diversas colheitas médias e com regularidade.
As técnicas corretas de podas em frutíferas foram demonstradas em duas tardes de campo pelos técnicos do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, com apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural. A poda correta de parreiras foi realizada na tarde de terça-feira, 20, na propriedade de Zeno Eichelberger, de Linha Hansel, e de podas de pêssego na tarde da quinta-feira, 22, na propriedade de Dirceu Hinterholz, em Vila Palanque.
O extensionista rural Alex Davi Gregory explica que as podas são executadas para que se faça correções no desenvolvimento das plantas, de acordo com as necessidades de luz e adubação, ou seja, para manter a planta saudável e com um desempenho adequado às suas características. “Desta maneira, torna-se uma técnica economicamente muito importante para os agricultores, pois pode representar aumento na produtividade, garantindo assim frutos para toda a família”, salienta.
“A poda é um importante recurso utilizado para obtermos resultados concretos na produção de muitos tipos de plantas, árvores e, também, das frutíferas.”
ALEX DAVI GREGORY – Extensionista rural do escritório municipal da Emater/RS-Ascar
Deste modo, acrescenta Gregory, as flores do pessegueiro somente nascem em ramos que se desenvolveram no último verão. A madeira velha de dois ou mais anos não produz frutos, e sim, somente folhas. “É ai que devemos fazer uma poda anual para renovação dos ramos do pessegueiro, para que se tenha todos os anos uma brotação abundante e vigorosa, sobre a qual poderão desabrochar as gemas frutíferas. Sem a poda, o pessegueiro vai dando crescimentos anuais cada vez menores e mais fracos que florescem e produzem pouca fruta”, afirma.
ÉPOCA
Há sempre dúvidas sobre quando devem ser efetuadas as podas em frutíferas, principalmente as que já estão florescendo nesta época. Gregory explica que do ponto de vista técnico, as podas nas plantas dormentes como os pessegueiros e pereiras, entre outras frutíferas, somente devem ser efetuadas após o inverno devido à possibilidade de ocorrerem geadas. “Devemos sempre ter em mente que uma vez a planta podada, haverá uma estimulação natural para que ocorra a brotação. Se já estão ocorrendo às florações precocemente não é recomendado podar neste período”, orienta.
O extensionista lembra que as geadas fortes afetam a floração que apareceu no cedo e se a poda já tiber sido feita – que é a retirada de ramos de ano onde ocorre a produção, haverá a possibilidade de não recuperar mais tarde a carga de flores e frutos perdida na retirada dos galhos e no encurtamento dos ramos de produção. “A poda deve ser realizada quando a probabilidade de ocorrer geadas for mínima.”
TÉCNICAS
- Abrir a copa das plantas com a poda, favorecendo a entrada de luz e a circulação de ar, vai garantir frutos com boa coloração, boa sanidade e elevados teores de açúcares. Além disso, a maioria das doenças fúngicas, nas fruteiras, se desenvolve com maior intensidade quando a planta fica mais tempo molhada.
- “A poda bem feita vai favorecer o secamento mais rápido da copa das plantas e, com isto, diminuir a incidência de doenças”, observa Gregory. Ele orienta que as podas devem ser feitas com ferramentas adequadas e não devem ser feitos cortes irregulares.
- Para isso, os instrumentos utilizados devem ser bem cortantes e afiados. Inicialmente devem ser podados os ramos secos, ladrões, fracos e doentes, até encontrar a parte sadia, de forma a permitir melhor arejamento e insolação das árvores.
- Deve-se retirar os frutos doentes e caídos ao solo, juntamente com os ramos podados e as folhas velhas. “Todos estes materiais devem ser amontoados e retirados do pomar”, esclarece. Como toda poda é uma ‘mutilação’, mesmo que benéfica, em certos casos é interessante que se utilize algum produto especial no local do corte, para que haja uma cicatrização mais rápida e eficiente.
- “Podemos usar pasta bordalesa, que pode ser encontrada no comércio local, já estabilizada com sulfato de cobre, mais cal virgem, onde vamos adicionando água até formar esta pasta e, com um pincel, aplicá-la sobre ramos ou galhos mais grossos cortados, o que impedirá a entrada de patógenos”, orienta Gregory.