A Emater divulgou nesta quarta-feira, 15, laudo técnico que aponta R$ 92,567 milhões em prejuízos após enchente e excesso de chuva no interior de Venâncio Aires. Os números consideram o período entre o fim de abril e início de maio, com perdas em lavouras, animais, maquinário, casas, galpões e infraestrutura produtiva.
Só nas culturas, são R$ 59,8 milhões e as mais impactadas foram as lavouras de grãos – a perda na soja chega a R$ 21,3 milhões (3,2 mil hectares) e no milho (grão, verde e silagem) é de R$ 15,5 milhões. Na infraestrutura produtiva, com danos em mais de 500 unidades entre estufas de tabaco, estufas de hortaliças e chiqueiros, o prejuízo é de R$ 4,7 milhões. Ainda houve perdas em quatro agroindústrias familiares (R$ 62,5 mil).
O laudo da Emater destaca que os prejuízos são observados em todas as localidades, impactadas pelas enchentes do rio Taquari e dos arroios Castelhano, Sampaio e Taquari Mirim, ou por excesso de chuva, enxurradas e deslizamentos de terra. O volume acumulado de chuva entre 24 de abril e 4 de maio variou entre 735 milímetros e 1.080 milímetros.
Ainda conforme o documento técnico, as perdas atingirão de forma direta e indireta as 7,3 mil famílias rurais de Venâncio, com perdas generalizadas leves a muito intensas, conforme cada propriedade, estágios das culturas e atividades desenvolvidas. Cerca de 750 famílias tiveram perdas significativas por deslizamentos, enxurradas e enchente.
Animais afogados
A enchente causou a morte de milhares de animais. De acordo com os dados da Emater, 4.431 bovinos morreram afogados. Também morreram 178 equinos, 535 ovinos, 5.728 aves coloniais e 733 suínos coloniais.
320 – é o número aproximado de propriedades/famílias que estão completamente inviáveis a curto e médio prazo para voltarem a desenvolver as atividades agrícolas.
Perdas nas principais culturas
• Milho grão, verde e silagem – R$ 15,511 milhões
• Soja – R$ 21,384 milhões
• Tabaco e mudas tabaco – R$ 1,740 milhão
• Bovinos mortos – R$ 13,913 milhões
• Bovinos pastagem – R$ 1,333 milhão
• Silagem/feno – R$ 838,2 mil
• Avicultura corte – R$ 3,148 milhões
• Fruticultura comercial – R$ 2,023 milhões
• Aipim e batata comercial – R$ 1,890 milhão
• Hortaliças comerciais – R$ 367,5 mil
Perdas estruturais
• Casas e moradias: cerca de 400 residências danificadas, destruídas ou com perda parcial de móveis e eletros – R$ 16,716 milhões.
• Galpões (alimentos e de produtos): mais de 320 unidades – R$ 8,89 milhões.
• Infraestruturas produtivas (chiqueiros, estufas de tabaco e estufas de hortaliças): mais de 530 unidades danificadas ou destruídas – R$ 4,730 milhões.
• Máquinas e equipamentos: mais de 370 para recuperação (tratores, colheitadeiras e plantadeiras) – R$ 1,850 milhão.
Comunidades afetadas
- Inundações: Vila Mariante, Linhas Chafariz, Itaipava das Flores, Castelhano, Travessão Mariante, Travessa Olaria, Picada Nova, Reversa/Sertão e parte de Mangueirão, Grão-Pará, Herval, Taquari Mirim, Sapé, Santa Tecla e Sede.
- Enxurradas e deslizamentos: próximos aos arroios Sampaio, Taquari Mirim e Castelhano – Linha Santana, Vila Teresinha, Linha da Serra, Sampaio, Marechal Floriano, Julieta, Arroio Grande, Cachoeira Baixa, Leonor, Cachoeira, Marmeleiro, América, Santos Filho e Cipó.
- Granizo: Vila Estância Nova, Estância São José, Rincão de Souza e Sapé. Chuvas torrenciais ocorreram em todas as localidades do município.
“Viemos penando com esses eventos climáticos que têm nos causado prejuízos imensuráveis para o setor agrícola. Vamos ter muito trabalho pela frente, mas vamos conseguir.”
GUSTAVO VON HELDEN – Secretário Municipal de Desenvolvimento Rural
