Produção de milho cresce no estado, mas se mantém estável em Venâncio

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A chuva dos últimos dias favoreceu o desenvolvimento de culturas como o milho, que está em plena evolução. Após o retorno do sol, na manhã de ontem, assim como João Vanderlei da Rosa, 51 anos, agricultor de Linha Herval Mirim, outros inúmeros produtores foram até as lavouras para conferir de perto a produção.

A lavoura de Rosa, que fica nas imediações do pórtico de acesso à cidade, nas proximidades do Parque Municipal do Chimarrão, já está na fase da definição da produção potencial, com as folhas em desenvolvimento. O produtor reduziu a área plantada neste ano. “Vamos plantar seis hectares, entre safra e safrinha. Ano passado foram 10 hectares”, frisa. Em contrapartida, Rosa destaca que deve ampliar a produção de soja. “Vamos plantar 50 hectares de soja. São 28 hectares a mais do que no ano passado”, diz.

A escolha da família em reduzir a área de milho foi para aproveitar as terras e plantar azevém na entressafra para alimentar o gado. “Depois é só tirar o gado e plantar soja. Assim, evitamos outros custos com os gastos de trato”, comenta.

Apesar de Rosa diminuir a área plantada, Venâncio Aires deve manter sua produção de milho praticamente igual a safra passada. Conforme o chefe do escritório local da Emater/RS-Ascar, Vicente Fin, o milho grão terá cerca de 10,5 mil hectares e 3,5 mil de milho silagem. “O clima ainda vai nos determinar se na safrinha teremos um pouco mais ou menos da média projetada”, afirma.

Aumento de milho no estado

Enquanto isso, a nível estadual a Emater estima o aumento da área cultivada e da produção dos principais grãos de verão, entre eles o milho. O levantamento feito pela entidade aponta como destaque o aumento de produção na cultura do milho, justamente por essa ter sido a cultura mais castigada pela estiagem na safra passada, com uma estimativa inicial de produção de 6,11 milhões de toneladas do grão, ou seja, um crescimento de 39,23% em relação à safra passada (4,39 milhões de toneladas).

A área cultivada de 834 mil hectares aumentou 6,89% se comparada aos 780 mil hectares do ano passado. E a produtividade estimada para este ano é de 7,3 ton/ha, aumento de 29,59% se comparada à colheita anterior (5,6 ton/ha). Com estabilidade na área cultivada, sendo 360,03 mil hectares contra os 360,15 do ano passado, a produção de milho silagem também deve registrar um aumento de 30,06% da produção (13,25 milhões de toneladas) e de 29,93% na produtividade (36,8 ton/ha), comparada aos 10,1 milhões de toneladas e 28,32 ton/ha do ano anterior.

O anúncio dos números foi feito pelo diretor técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri, durante o tradicional Café para Imprensa, na semana passada, durante a 44ª Expointer, que neste ano foi realizado de forma híbrida por conta da pandemia e, mais uma vez, transmitido simultaneamente pelo canal do YouTube do Programa Rio Grande Rural e pelo Facebook da instituição.

“Essas informações têm credibilidade em função da dimensão que temos de amostragem em todo o estado. Por isso, fica aqui o agradecimento a cada escritório municipal responsável pela coleta dos dados, à gerência de planejamento pela compilação dos dados e à gerência de comunicação por esta tradicional coletiva de imprensa para divulgação de informações relevantes ao setor primário gaúcho”, disse Rugeri.

“Nós, como Estado, temos o compromisso de ajudar a ampliar esta produção e favorecer os setores de proteína animal, de aves, suínos e leite, que hoje são impactados com altos custos para importar este insumo de outros países e estados”, afirmou a secretária estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Silvana Covatti, ao lembrar que em 2019 a pasta lançou o Programa Estadual de Produção e Qualidade do Milho (Pró-Milho), com o objetivo de tornar o Rio Grande do Sul autossuficiente na colheita deste grão.

Saiba mais

• O produtor João Vanderlei da Rosa comenta que nesta safra o produtor precisa “pensar duas vezes antes de plantar”, devido à alta de preços dos insumos, principalmente adubos e químicos. “Fiz as contas e dobrou o custo de produção por hectare em comparação ao ano passado”, garante.

• Assim como no ano passado, Rosa destinou uma pequena parte da lavoura para o Dia de Campo do Milho da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Dessa forma, parte da lavoura está com irrigação e acompanhamento técnico das empresas para o evento que ocorrer em data a ser divulgada.

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