Na propriedade da família Rippel, em Linha Hansel, no interior de Venâncio Aires, a estufa de carga contínua para secagem do tabaco é sinônimo de menos mão de obra e mais qualidade no produto. Depois de conhecer a novidade na Expoagro Afubra e conversar com outro produtor que já contava com a estufa na propriedade, a produtora Cleusa Fernanda Rippel, o marido Márcio Luís Müller, e os pais dela, José Alfonso e Ilária Ana Rippel, decidiram investir na tecnologia.
O incentivo da integradora, Philip Morris Brasil, foi essencial para tirar a ideia do papel. Com financiamento da empresa, eles adquiriram a estufa, instalada em um galpão construído especialmente para ela. Já foram duas safras com a utilização do novo sistema, além dos outros três fornos elétricos, que substituíram a forma convencional para a secagem das folhas.
A diferença para a estufa de carga contínua é que o tabaco é seco em módulos: são compartimentos que permitem uma quantidade menor de folhas e, assim, a secagem vai ocorrendo em etapas. Dessa forma, é possível colher quantidades menores para abastecer a estufa diariamente. Enquanto nas demais estufas são 270 grampos com o fumo, na de carga contínua, são 80 em cada compartimento. Isso permite que o trabalho seja feito aos poucos e com menos pessoas.
Além disso, Cleusa observa que, se a colheita é intensificada em um dia, é possível colher tabaco suficiente para fazer um estoque e, assim, até mesmo folgar no fim de semana ou ter tempo para outras atividades. “Também podemos ir tirando o fumo seco todo dia, já ir enfardando e levar aos poucos para a firma”, acrescenta a agricultora. “O controle da temperatura também é automático, pois utiliza o mesmo calor para a secagem em todas as fases. Mas, para isso, para conseguir uma qualidade boa, é importante colher o fumo maduro”, explica.

A família cultiva 130 mil pés de tabaco, em 6 hectares da propriedade e em uma área de 2 hectares arrendada na RSC-287, na entrada de Linha Hansel. Para reduzir os custos de energia elétrica, que se elevaram com o uso das estufas elétricas, foi realizado um investimento em energia solar, que também se confirmou muito positivo. Em julho, completam-se dois anos que foram instaladas 40 placas fotovoltaicas de 530 quilowatts. “Chegamos a pagar R$ 6 mil por mês e agora a conta fica em menos de R$ 100”, comemora Cleusa.
De acordo com ela, como os pais já estão com uma idade avançada, é importante buscar alternativas que viabilizem o trabalho sem a necessidade de tantas pessoas da família envolvidas. “Bem que essa estufa de carga contínua já podia ter vindo uns 10 anos antes”, brinca.