A diversidade de produção do setor primário é bastante diversificada no município, principalmente as culturas de verão, onde se destacam o tabaco – que se encontra em diversos estágios de desenvolvimento, e, o milho safra e o aipim cujo plantio já é expressivo. E, com o período propício, os produtores estão intensificando o plantio do arroz da Safra 2019/20
Tendo no arroz a principal fonte de renda, no dia 1º de outubro, o produtor Luís Schwendler, morador de Linha Arroio Grande, iniciou o plantio do cereal nos 58 hectares e ele estima que até o dia 10 de novembro, todo ele esteja plantado. A área é a mesma dos últimos anos e a expectativa é de novamente colher 180 sacos por hectare, média obtida na safra 2017/18. Na última, por causa das condições climáticas adversas, colheu somente 147 sacos por hectare.
SISTEMATIZAÇÃO
Schwendler começou a plantar arroz no ano de 1992, época em que a Emater/RS-Ascar inciou o trabalho das microbacias hidrográficas. No início, plantava no sistema convencional e acredita que adotou o pré-germinado no ano de 2002 e confirma que hoje, não tem mais como plantar com o método convencional. Entre as vantagens do pré-germinado, ele cita que está a redução da quantia de água usada durante todo o ciclo da cultura e que não depende do clima favorável para o preparo do solo para posterior plantio.
O chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar e engenheiro agrônomo, Vicente Fin, acrescenta que os produtores de arroz adotaram este sistema pois a sistematização das lavouras reduz a quantia e facilita a manutenção da lâmina da água nos quadros. “Eles mantêm esta lâmina de água até o fim do ciclo, e apenas a repõe, pois o nível baixa em função da evaporação provocada pelo sol forte do verão”, refere. Fin acrescenta que isto trouxe dois ganhos ambientais, quais sejam: menos partículas suspensas de argila e matéria orgânica, denominadas de coloides e, com isso, são menos coloides que vão para a água, e, menor gasto em volume de água, o que demanda menos retirada dos mananciais hídricos.
REDUÇÃO
O orizicultor observa que haverá uma redução de área no estado e ele acredita que com isso, haverá uma majoração do preço do saco do arroz em casca que hoje está em R$ 45. Schwendler acentua que atualmente, são necessários até 110 sacos por hectare para cobrir o custo de produção e que sobra muito pouco para o produtor realmente ter um bom lucro. E, mesmo com o preço não muito compensador, Schwendler conta que tudo o que possui hoje, foi graças ao arroz. Ele cita a aquisição de áreas de terras e maquinários como trator, colheitadeira, semeadeira e graneleiro. E, mesmo com a não valorização, o produtor afirma que investe na cultura pois toda a sua terra é baixa e molhada, o que não permite o plantio de outras culturas, e ainda, as lavoures estão sistematizadas e o maquinário também é específico para produzir arroz. “Por isso, é preciso fazer o arroz produzir ao máximo para obter um bom lucro”, frisa.
Fin acrescenta que a redução vem ocorrendo nas últimas safras em praticamente todo o estado e que Venâncio Aires é um dos poucos municípios que registra um pequeno aumento da área – em torno de 100 hectares em relação à última safra.
“Se o produtor não se dedicar integralmente à produção, o arroz não vai produzir, e não produzindo, o agricultor não vai ter o que colher e, não colhendo, não terá renda e não conseguirá honrar os seus compromissos”.
LUÍS SCHWENLER – Produtor de arroz
SAIBA MAIS
- A área total do arroz nesta safra será de 1,7 mil hectares, dos quais, 92% serão plantados no sistema pré-germinado e o município registra um aumento de 100 hectares nesta safra em relação à ultima.
- Segundo dados informados por Fin, o município tem a capacidade instalada de armazenar 38,65% da produção local de arroz de cada safra. Além disso, tem uma agroindústrias local que com capacidade de armazenar mais de 8% da produção, elevando para mais de 46% a capacidade de armazenamento instalada no município.
- A produção na última safra foi de 13,6 mil toneladas, numa média de oito toneladas por hectare.