O veto da Rússia para a importação de tabaco do Brasil e de outros quatro países, por questões fitossanitárias, que começou a vigorar ontem, surpreendeu a indústria tabacaleira. Por meio de nota, o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke, disse que a decisão surpreendeu a entidade.
De acordo com a entidade, o assunto está sendo conduzido pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília, o qual já contatou autoridades russas do mesmo escalão hierárquico. Uma reunião entre as partes deve ocorrer ainda nesta semana.
Conforme informações do SindiTabaco, a Rússia é um importante importador do tabaco brasileiro, se destacando entre os 10 maiores clientes do produto nos últimos anos. Em 2020, importou cerca de 22 mil toneladas, gerando divisas de US$ 54 milhões. Até junho de 2021, o país russo embarcou US$ 22 milhões e 12 mil toneladas.
“Cabe ressaltar que o Brasil se destaca no cenário mundial pela qualidade e integridade do seu produto e é, por esse motivo, o maior exportador mundial de tabaco há quase 30 anos. Estamos confiantes de que se trata de um caso isolado e que, em breve, teremos uma resolução para a questão”, afirma Schünke.
A Rússia é o sexto país para o qual Venâncio Aires mais exporta produtos. Em 2019, foram 29 milhões de dólares movimentados na venda para empresas russas. O tabaco é o principal produto vendido para o país, mas não há a informação exata do quanto ele representa neste total.
Mosca Megaselia scalaris
Conforme informações do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia, a decisão de barrar as importações ocorreu por que foram identificados, no ano passado, 33 casos da mosca Megaselia scalaris em tabaco em rama vindo do Brasil e de outros seis países – Índia, África do Sul, Tanzânia, Estados Unidos, Malawi e Bélgica. O inseto é considerado uma praga quarentenária na Rússia e nos demais países da União Econômica Eurasiática (UEE).
Segundo o comunicado russo, foram propostas negociações aos países exportadores, mas apenas Estados e Bélgica se manifestaram e reduziram o número de cargas de tabaco contaminado pela mosca. Neste ano, o controle fitossanitário detectou 28 casos da mosca em matérias-primas do tabaco. Fonte: Globo Rural