Nas últimas semanas, os produtores de Mato Leitão que trabalham com o cultivo do trigo finalizaram a colheita da safra deste ano. De acordo com o chefe do escritório da Emater do município, Claudiomiro da Silva de Oliveira, a produção registrada pelos agricultores foi boa. “Poderia ter sido melhor, se não fosse a chuva que afetou, principalmente, na época de formação do grão”, avalia.
Ele ainda informa que a média de rendimento por hectare na Cidade das Orquídeas varia de 40 a 45 sacas. “Poderia ter passado de 50 sacas por hectare”, comenta. Oliveira também observa que, além da produção positiva, nesta safra houve uma valorização do preço pago pela saca. “Pelo trigo de qualidade, o valor ficou entre R$ 73 e R$ 80”, informa.
Hoje, 12 produtores se dedicam à cultura do trigo, em uma área de cultivo de aproximadamente 70 hectares. “Está bem distribuído entre as localidades do município”, menciona. Segundo o chefe do escritório da Emater, houve um aumento de 7% na área plantada do grão nesta safra. “É mais comum os produtores plantarem trigo para manterem as áreas que serão utilizadas no plantio da soja, porque esta prática colabora para a quebra de doenças e pragas”, explica.
A esse respeito, Oliveira compartilha que muitos produtores estão aguardando por um volume de chuva significativo para fazer o plantio da soja. Ele ainda cita que para este ano aumentaram as opções de comercialização do grão na região dos vales do Rio Pardo e Taquari. Agora, além de uma empresa em Cruzeiro do Sul, há possibilidade de venda para empreendimentos em Venâncio Aires e em Rio Pardo.
Desempenho
Morador da Linha Puhl, no interior de Mato Leitão, o servidor público e agricultor Nelson Laércio Scheibler, mais conhecido como Fada, também avalia de forma positiva o resultado da última safra de trigo. Ele conta que colheu os aproximadamente 30 hectares do grão, cultivados em áreas localizadas na localidade onde ele mora e em Linha Boa Esperança Alta e Linha Conceição há cerca de duas semanas.
“As lavouras que foram plantadas mais cedo, entre os dias 20 e 25 de maio, estavam boas e renderam cerca de 50 sacas por hectare. As que plantamos mais tarde, de 15 a 20 de junho, tiveram quebra e o rendimento foi de 40 sacas por hectare. Não sei o que causou isso”, relata. Scheibler ainda menciona que se percebe uma melhora no valor pago pelo grão nos últimos dois anos.
O produtor, que ainda cultiva soja e milho, comercializa o trigo para uma empresa de Cruzeiro do Sul. De acordo com ele, a maior parte do grão plantado neste ano poderá ser usada para a produção de farinha de trigo e o restante será utilizado na fabricação de ração.