Safra de trigo deve chegar a quase quatro mil toneladas em Venâncio

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A colheita do trigo em Venâncio Aires acontecerá apenas entre a segunda quinzena de novembro e a primeira de dezembro, mas as projeções já apontam para um cenário muito positivo em relação ao deste ano. Segundo o engenheiro agrônomo e chefe do escritório municipal da Emater, Vicente Fin, para a safra deste ano houve, novamente, um aumento na área de cultivo.

Na comparação com 2022, o crescimento é de 23,48%. As 46 famílias que cultivam o grão na Capital do Chimarrão saíram de 1.150 hectares no ano passado para 1.420 hectares em 2023, o que representa 270 hectares a mais. Além dessa área destinada exclusivamente à venda do cereal, ainda há lavouras que são utilizadas pelos agricultores para a produção de silagem e outras finalidades.

De acordo com Fin, a expectativa é que se tenha uma produtividade de 3,2 mil quilos de trigo por hectare. Com essa projeção, a safra pode chegar a quase quatro mil toneladas do grão neste ano em Venâncio. Em relação à produtividade do ano passado, o crescimento é de 26,23%. Em 2022, a média foi 2.535 quilos por hectare, o que garantiu que se tivesse uma produção total de 2.915,25 toneladas no ano.

Safra histórica

Com essa perspectiva favorável, novamente o município deve registrar uma safra histórica de trigo. “Em relação aos dados não se tem dúvida de que é recorde. Se já foi na safra passada, agora muito mais”, destaca o engenheiro agrônomo. Fin também observa que há um cenário favorável para que aconteça o bom desempenho do cereal, que é típico do inverno.

“Quando o trigo não alcança o padrão de qualidade para ser usado na produção de farinha e está com um valor mais baixo, ele é uma comódite que substitui o milho no preparo de rações, por exemplo. Isso também acontece quando tem oferta e não tem consumo”, explica. Para o chefe do escritório municipal da Emater, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que iniciou em fevereiro do ano passado, também interfere no cenário atual da comercialização de trigo no Brasil.

“Em razão do conflito, a Ucrânia não está conseguindo exportar o trigo normalmente. Além disso, a Europa tem ‘segurado’ a venda, pela experiência de anos que eles têm de guardar grãos quando há algum perigo por perto, porque caso aconteça algum problema maior eles terão comida em casa”, contextualiza.

Conforme Fin, outro ponto com influência é a demanda pelo trigo nacional que, por sua vez, apresenta melhor qualidade em comparação com os últimos anos. “Foram feitos aperfeiçoamentos e os produtores têm plantado trigo com a qualidade melhor. O preço pago também está estável nos últimos três anos”, avalia.

Área plantada em Venâncio

  • 2019: 145 hectares
  • 2020: 328 hectares
  • 2021: 772 hectares
  • 2022: 1.150 hectares
  • 2023: 1.420 hectares

Cobertura para o solo

Outro fator muito importante sobre o cultivo de trigo no inverno diz respeito à cobertura de solo. “Quem tem trigo, tem cobertura vegetal de inverno e isso deixa uma palhada para o plantio direto da soja”, salienta Vicente Fin. Segundo ele, essas duas culturas estão correlacionadas, porque o agricultor utiliza as mesmas áreas onde plantou trigo para cultivar a soja no verão.

“É uma das melhores coberturas. Nas lavouras onde há trigo, depois que ele é cortado e colhido, se alcança um plantio espetacular da soja”, avalia. O engenheiro agrônomo também menciona o aproveitamento de máquinas e equipamentos durante o período de inverno.

“O agricultor aproveita a terra e faz uma boa cobertura de solo, com isso perde menos por erosão, facilita o plantio da soja, que é uma cultura posterior, e faz o aproveitamento de máquinas. O mercado é favorável. Temos preço bom e o indicativo de que vai ter compra”, analisa.

Saiba mais

  • De acordo com o chefe do escritório da Emater de Venâncio Aires, Vicente Fin, os dias úmidos e nublados favorecem o surgimento de doenças folhares no trigo, tanto que alguns produtores registraram problemas com manchas nas folhas.
  • Nesse momento da safra, os agricultores têm feito um trabalho de limpeza e o controle preventivo de doenças. Em razão da presença do El Niño, há um certo risco de as lavouras terem, neste ano, muita umidade na hora da colheita.

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