Os cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) oferecidos por meio do Sindicato Rural oportunizam uma série de atividades e formações para os produtores rurais e comunidade em geral. Com a redução dos casos de Covid e vacinação abrangendo um maior número de pessoas, os cursos foram retomados com turmas menores e cuidados sanitários.
Na última semana, oito alunas aprenderam todo o processo de beneficiamento de lã de ovelha. Foram cinco dias de atividades que envolveram mulheres rurais e da cidade, entre iniciantes e veteranas. A instrutora do Senar, Márcia Viana Duran, 46 anos, ministra a atividade há mais de 10 anos em Venâncio Aires. “Sempre é bom voltar e trazer novas técnicas”, frisa.
Nesta edição do curso de 40 horas, as alunas aprenderam tudo. “Lavamos a lã, cardamos e, nessa vez, fizemos tingimento natural e artificial”, explica. Foram utilizados produtos naturais para tingir a lã, como casca de nozes, erva-mate, boldo, água do pinhão e folha de beterraba.
A instrutora salienta que no processo de confecção foram transmitidas técnicas como a feltragem molhada, confecção nos teares e amostra de produção de edredom, tudo com lã de ovelha. “Saíram peças lindas. Almofadas, pufs, casacos, edredons, pantufas, meias e bolsas”, detalha Márcia.
Para a moradora de Vila Santa Emília, Liane Thomas, 62 anos, a experiência foi única. Ela, que mora há poucos meses em Venâncio Aires, comenta que na cidade natal, em Humaitá, participou de cursos oferecidos pelo Senar. “Mas eu nunca tinha trabalhado com a lã, nunca tinha visto essas técnicas e o trabalho lindo que pode ser feito”, diz. Liane é artesã e faz trabalhos com crochê e tricô. “Já percebi que trabalhar com lã é mais fácil. Me encantei. Esse foi meu primeiro contato com a lã de ovelha”, completa.
Para a artesã e moradora do bairro Morsch, Lia Rilo, 49 anos, o curso é uma oportunidade de aprender novidades e ir aperfeiçoando o trabalho. Ela frisa que já participou de várias edições do curso de tecelagem de lã de ovelha. Nessa edição, Lia comenta que foram ensinadas técnicas diferentes. “Esse curso nos ensina todo o processo, desde a lã suja, até uma peça linda. É recompensador”, afirma.
Os cursos do Senar são oferecidos no Sindicato Rural. Além do curso de tecelagem, uma infinidade de oportunidades são ofertadas para produtores rurais e moradores da área urbana. “A maior parte dos alunos precisa ser ligada à produção rural, mas sempre abrimos vagas para a comunidade em geral”, cita Márcia.
Expointer
- Há três semanas, a artesã Edelvani Maria Blau Glier se classificou para a final do 2º Concurso de Artesanato em Lã Ovina do Rio Grande do Sul. A final será no dia 10 de setembro, a partir das 14h, como parte integrante da programação da Expointer.
- Na etapa classificatória, Edelvani e Véra Schwingel Wagner, presidente do Clube de Mães de Linha Picada Mariante, participaram do concurso, ambas aprenderam as técnicas da tecelagem da lã no Sindicato Rural com a instrutora do Senar.
- Durante o curso no Sindicato Rural, Márcia, que foi uma das instrutoras da artesã classificada, frisou que o concurso irá possibilitar que o município seja visto pelas mãos das artesãs. “Venâncio Aires tem sim artesanato com lã de ovelha. E isso é uma baita vitrine”, ressaltou. Dessa forma, a instrutora também ensinou o uso da erva-mate para colorir a lã de ovelha. “Essa é uma forma de enaltecer o potencial do município no trabalho das artesãs”, concluiu.
Curso para aprender derivados do leite
Outra oportunidade oferecida pelo Senar e Sindicato Rural foi o curso de produção de derivados de leite. Foram três dias de curso, totalizando uma carga de 24 horas. Conforme a instrutora do Senar, Márcia da Silva Ritta, de Pelotas, o curso ensina todo o processo de cuidados com o leite até a finalização do produto.
“No primeiro dia aprendemos na teoria os cuidados com o leite, higienização e pasteurização. No segundo e terceiro dias foi a prática. Fizemos doce de leite, queijo minas frascal, queijo ricota, iogurte, rapadura e requeijão cremoso”, explica a instrutora. O curso foi oferecido nas dependências da Cooperativa dos Produtores de Venâncio Aires (Cooprova) e contou com sete alunas da cidade e interior.