A falta de chuva coloca o município em alerta. Após o Decreto de Situação de Emergência ter sido homologado pelo Governo Federal na segunda-feira, 16, foi formalizado nesta terça-feira, 17, um Comitê para gerenciamento das demandas e problemas ocasionados pela estiagem, que tem causado mais de R$ 75 milhões em prejuízos em Venâncio.
O grupo é formado por representantes das Secretarias de Meio Ambiente; Desenvolvimento Rural; Infraestrutura e Serviços Públicos além dos capatazes de todos os distritos; Vigilância Sanitária; Defesa Civil; Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Sindicato Rural; Corpo de Bombeiros; Emater e Corsan; e passa a avaliar o abastecimento e a qualidade da água, assim como organizar os pedidos de ajuda, principalmente do interior, que chegam diariamente ao Executivo.
As demandas, em sua maioria, se referem a abastecimento de água, abertura de poços e limpeza de açudes. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Rural, André Kaufmann, cerca de 20 pedidos chegam a pasta diariamente. Desde janeiro, mais de 300 pedidos já foram atendidos. O trabalho tem sido intenso e tem ocorrido em alguns dias até às 21h. Atualmente, a região do 9º Distrito é a mais castigada principalmente pela falta de água para consumo humano.
Em contrapartida, de acordo com o coordenador da Vigilância Sanitária, Everton Notti, os locais que contam com redes hídricas ainda não estão sendo afetados, mas podem começar a sentir os efeitos da estiagem em breve, já que a previsão é de pouca chuva nos próximos três meses.
O prefeito Giovane Wickert salienta a preocupação e o esforço que está sendo realizado para que a comunidade não sofra ainda mais, após perdas nas lavouras, também com falta de água para o próprio consumo, assim como para os animais. “É importante reunirmos este grande grupo que lida diariamente com estas demandas e se alinhe da melhor forma possível os atendimentos. Precisamos tratar com muita seriedade os pedidos, avaliar as prioridades, a logística e também é necessário regrar para que não aconteçam falhas neste trabalho, como por exemplo, furar a fila de entrega de água”.
ÁGUA
A partir do encontro do Comitê e de inúmeras denúncias recebidas pela Secretaria do Meio Ambiente, foi elaborado também nesta terça-feira um Decreto que orienta o uso racional da água.
Fica proibida a utilização de água potável para lavagem de veículos e de calçadas e telhados de prédios comerciais, industriais ou residências; irrigação de gramados, jardins e floreiras; reposição total ou troca de água de piscinas de entidades, associações ou residências; pelo prazo de 30 dias ou até que se restabeleça a normalidade nos recursos hídricos do município. Em caso de não cumprimento de quaisquer das vedações, será passível de advertência por escrito, e em caso de inobservância será aplicada multa de R$ 230.
AÇÕES
1 Para amenizar a situação da estiagem que assola a Capital do Chimarrão, a partir da homologação Estadual e Federal do Decreto de Emergência, a Defesa Civil do Município já solicitou reforço em máquinas para perfuração de poços e abertura de açudes, além de caminhão pipa para abastecimento de água potável.
2 Para atender de forma ordeira, as solicitações devem ser feitas diretamente para a Secretaria de Desenvolvimento Rural, pelo telefone 3983-1031.
3 Já as informações a cerca de prorrogação de financiamentos, como o Feaper, devem ser obtidas com a Emater/RS-Ascar na Rua Barão do Triunfo, 1265 ou pelo telefone 3741-1676. De acordo com o chefe do escritório municipal, Vicente Fin, para solicitar o seguro Proagro é preciso se atentar para a condição da lavoura. O milho safrinha, cuja perda chega a 27%, por exemplo, precisa estar em ponto de silagem, assim como o milho de grão; a soja por sua vez, com maturação fisiológica pronta para colheita.
4 Na presença dos capatazes dos Distritos também foi evidenciada necessidade de se ter cautela na hora de abrir novos poços e acesso à água nas propriedades. Segundo o Secretário Municipal de Meio Ambiente, Clóvis Schwertner, é preciso respeitar uma distância de cerca de 50 metros da vertente até o local perfurado que também não deve ser muito grande. Além disso, em propriedades com divisa com arroios e rios não podem ser abertos acessos para não ocasionar em perdas de matas ciliares e erosões futuras. Além disso, locais com banhados não podem ser mexidos, já que pelo Código Florestal Federal são considerados Áreas de Preservação Permanente.
FOTO: estiagem 1
CRÉDITO: Leandro Osório/AI Pmva
LEGENDA: A região do 9º Distrito é a mais afetada com a falta de água, tanto nas lavouras como para consumo humano e de animais