Vila Palanque: um lugar para nascer, crescer e viver a vida toda

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Em Vila Palanque, muitos são os moradores com marcas especiais na história na comunidade, seja por uma participação ativa na liderança de diretorias ou até por um trabalho desempenhado em benefício da comunidade.

A longevidade e a fidelidade ao lugar em que nasceu e fez a vida é o registro que Claudino Konzen, 91 anos, deixa para a história. Apesar das dificuldades pela idade já avançada, ele esbanja alegria e carisma.

Em 17 de fevereiro de 1931, o 11º filho de 12 irmãos veio ao mundo, e viveu muitos anos na casa ao lado da que mora atualmente, na ‘baixada’ de Palanque. Até os 35 anos, foi ferreiro – uma tradição da família Konzen – na ferraria do irmão Antônio e, depois, largou tudo para se dedicar à agricultura. Plantava fumo, erva-mate, aipim e outros alimentos para consumo.

Em 1956, se casou com Elzida Terezinha Konzen – já falecida – com quem teve cinco filhos: Gleno, Márcia, Mara, Cleomar e Maribel, que auxiliavam os pais na roça. E dali foi que surgiu o desejo de continuar empreendendo no ramo da erva-mate, tão forte na localidade. Tanto Gleno como Cleomar, continuaram os cultivos do produto, mesmo depois de terem saído da casa dos pais.

Para Claudino, que durante muitos anos participou dos grupos de bolão, e até chegou a ganhar alguns campeonatos, Palanque é um bom lugar para morar. Além disso, Gleno, que acompanhou a entrevista para poder auxiliar o pai nas recordações, afirma o desejo que Claudino tinha para ver o 6º distrito se tornando município. “O pai tinha essa expectativa de ser emancipado. Ele queria ver Palanque como município”, lembra.

Há 98 anos, Palanque é o lar de Maria

O corpo é forte. A visão é boa. A memória já não é 100%, mas ela afirma, com certeza, que vive em Palanque desde que nasceu. Maria Regina Schonarth nasceu no dia 9 de outubro de 1924 e foi no 6º distrito que cresceu, casou e criou os nove filhos, cinco homens e quatro mulheres.

Durante a vida toda na localidade, ao lado do marido Nicolau Wilibaldo Schonarth (já falecido), trabalhou na roça, muitos anos no fumo e costurava as roupas dos próprios filhos. “Era muita gente, então eu mesma costurava”, comenta. Além disso, com uma vaga lembrança, ela fala do próprio batismo, que foi onde hoje fica a igreja São Martinho. “Era uma casinha pequena e o padre vinha a cavalo para celebrar”, diz. Anos mais tarde, a primeira igreja, antes de ser reformada e ter a estrutura atual, foi onde casou com Schonarth, no início da década de 40.

Hoje em dia, Maria vive com o filho caçula Alberto, o Beto, 57 anos, e a nora, Carla Schonarth, 55, e ao lado da neta Roberta, 26, todos agricultores voltados ao cultivo do aipim. “Eu gosto de morar aqui, é bem tranquilo”, conta Maria Regina.

Com toda a vida vivendo ao lado da mãe e com dedicação à agricultura, Beto, junto da esposa Carla, também viveu momentos marcantes em Palanque, como o casamento em 1991. Além disso, o agricultor ressalta o quanto que teria sido importante a emancipação de Palanque. Até já tinha cogitado vender um pouco de terras para que as empresas pudessem se instalar na localidade. “Tínhamos muita expectativa. Seria muito melhor para a agricultura”, considera. Já Carla, diz que ainda tem esperança. “Eu ainda acho que Palanque vai virar município”, comenta, confiante.

    

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