Em meio à pandemia do coronavírus, os atendimentos médicos das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Estratégia da Saúde da Família (ESF) de Venâncio Aires seguem sendo realizados. A diferença neste período é que as consultas são feitas com maior intervalo. Em março, o número de atendimento na rede pública do município aumentou 9,26%, comparado ao mês anterior.
Em fevereiro, foram 13.675 consultas e, em março, 15.024. Os números correspondem aos postos de saúde e à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Somente nas UBS e ESF, foram 9.435 em fevereiro e 10.543 em março.
A coordenadora das unidades de saúde do município, Marina Rippel Kroth, explica que uma das causas do aumento é o início das temperaturas mais baixas. “Além disso, em janeiro e fevereiro, com o período de férias dos médicos, os atendimentos de especialistas diminui”, afirma.
A pandemia do Covid-19 também levou mais pessoas a procurar orientações no caso de quadros gripais, o que altera os números. “As pessoas têm procurado mais os serviços de saúde para tirar dúvidas e isso reflete nos números de atendimentos”, analisa.
O Centro de Atendimento Respiratório, que funciona no Pavilhão São Sebastião Mártir desde o dia 20 de março, também contribuiu para o aumento do número de consultas. Inclusive por isso, ampliaram os atendimentos de médicos de Estratégia Saúde da Família, que têm atuado no local, voltado ao atendimento de pacientes com sintomas de Covid-19. As consultas dos profissionais de ESF passaram de 3.159, em fevereiro, para 4.313 em março – uma elevação mais de 36%.
ROTINA
Médico de Atenção Básica, Dennis Baroni da Cruz atende todas as sextas-feiras na parte da manhã no Centro de Atendimento Respiratório, nas últimas semanas. A rotina do profissional foi alterada, já que nesses dias atendia da UBS Santa Tecla. “Foi uma estratégia extremamente inteligente da Secretaria de Saúde, os profissionais foram deslocados para atenderem aqui, sem necessidade de contratos extras”, considera. Nos demais dias, Cruz segue com os atendimentos nas unidades de saúde de Tangerinas e Vila Arlindo.
O médico afirma que nos primeiros dias de atendimento a procura foi maior no Centro, agora está mais calmo. “O maior movimento foi um dia que atendi 30 pessoas em um turno”, afirma. Agora, a média é de cinco atendimentos por turno.
No local, foram instalados 10 leitos para observação com camas hospitalares e mais cerca de 30 camas que podem ser usadas em caso de emergência para pacientes que precisam de acompanhamento. Mas, por enquanto, os espaços não foram utilizados devido ao Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) dar conta da demanda. “São leitos de retaguarda que podem ser usados numa situação com mais pacientes com sintomas e que o hospital não tenha como abrigar”. Cruz ressalta que isso somente vai acontecer se o local passar a atender 24 horas por dia, o que também não é necessário atualmente.
A orientação é que pacientes que queiram fazer exames que não sejam urgentes deixem as consultas para mais adiante. A recomendação é que o mínimo de pessoas transite ao mesmo tempo nas unidades, evitando a possível transmissão do vírus.
Relatório de atendimentos nas unidades de saúde