Atraso de salários volta a preocupar no HSSM

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As dificuldades de tentar um equilíbrio entre receitas e despesas no Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) não é recente e, em 2022, um cenário semelhante ao que aconteceu há alguns anos traz novamente à tona um problema que preocupou e gerou muito desgaste: atraso de salários.

Em 2019, durante meses, a questão esteve em pauta, inclusive com participação do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Santa Cruz do Sul e Região (Sindisaúde) e Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers). Na época, já com uma grande crise financeira (dívida que somava R$ 17 milhões), o hospital ‘penou’ para colocar os vencimentos em dia e, por um longo período, houve necessidade de parcelar os salários.

Agora, o déficit total de R$ 16 milhões contribui para essa velha dor de cabeça voltar e alguns pagamentos já têm sido parcelados. “Em abril foram parcelados valores dos que são sobreaviso, mas ainda pagos dentro do mês. Em maio foram parcelados os salários dos radiologistas e do laboratório, pagos na primeira semana de junho. Agora, ao que tudo indica, serão dos serviços médicos”, revela o administrador do HSSM, Luís Fernando Siqueira.

O custo mensal do hospital gira em torno de R$ 4 milhões e 30% disso (R$ 1,2 milhão) representam os serviços médicos. Siqueira diz que os salários dos demais funcionários estão em dia, mas que a situação financeira deixa um risco. “Nosso déficit está impactando no fluxo de caixa e isso estamos falando há bastante tempo”. Ele admite, inclusive, que há certo receio de uma possível paralisação de serviços se a situação não melhorar.

Na busca constante por mais receitas e tentando baixar os custos, uma nova renegociação com bancos é vista como alternativa, a curto prazo, para resolver a questão dos salários. “O hospital tem feito de tudo para manter sua qualidade, apesar dela cobrar um preço alto. Estamos com expectativa de uma nova operação bancária e, quem sabe, de sentarmos à mesa de negociação com a Prefeitura e novos parceiros”, destaca Siqueira.

Déficit

O hospital tem cerca R$ 15 milhões financiados com instituições financeiras. Embora o valor do déficit não seja exato todo mês, já que receitas e despesas também variam – entre R$ 3,5 milhões e R$ 4 milhões, respectivamente – hoje gira entre R$ 700 mil até R$ 800 mil.

O que tem contribuído para essa diferença aumentar e que já foi destacado anteriormente pela direção do HSSM, é a chamada ‘herança Covid’. Conforme Luís Fernando Siqueira, diversos itens que sofreram uma disparada de preços entre 2020 e 2021 continuam com valores muito acima da própria inflação.

Além da renegociação de financiamentos bancários, o HSSM aposta muito na criação de novos serviços, como implementação da ressonância magnética (já em obras) e há conversas para oferecer espaços para clínicas médicas.

Vale lembrar que em 2019, algo fundamental para o hospital e que contribuiu para um 2020 mais equilibrado, foram os quase R$ 3,5 milhões de emendas parlamentares, buscados de porta em porta nos gabinetes de Brasília. Como na época havia um plano de recuperação em ação, o valor entrou de forma específica para o pagamento de contas. A busca por emendas, como algo contínuo, também já foi defendida anteriormente pelo administrador do HSSM.



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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