Não bastasse a Reforma da Previdência excluí-la do recebimento do benefício do INSS, tornando-a apta à reabilitação, a pandemia de coronavírus atrasou os planos de trabalhar e estudar de Jacira Nunes, 45 anos, moradora do bairro Brígida.
Depois de ter perdido parte da perna direita, aos 19 anos, em função de um acidente de trânsito na RSC-453, neste ano, um incidente em janeiro, que machucou o joelho, fez com que a prótese que a auxiliava a caminhar ficasse danificada, necessitando de ajustes ou de uma nova. A questão é que, segundo Jacira, os valores particulares de um ajuste não baixam de R$ 5,5 mil e uma prótese nova tem um custo de R$ 36 mil.
Jacira conta que o tratamento nos últimos anos tem sido feito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), porém, com a pandemia de Covid-19, todas as avaliações e atendimentos presenciais estão parados.
“ Não é pela secretaria de Saúde, eu faço minhas revisões e tratamentos pela Unisc, mas eles não têm previsão de retorno, então, estou indo em busca de auxílio para ver se consigo antecipar a avaliação e a colocação de uma nova prótese ou mesmo o ajuste desta, que não encaixa mais, para ver se consigo andar e voltar à minha vida normal”, ressalta.
“A Unisc não tem previsão de retorno. O Município não se negou a encaminhar, não passa pela secretaria, nem procurei a Saúde, porque ainda estou na garantia com a prótese, que coloquei no ano passado, mas dependo da avaliação da Unisc que está fechada. Estou buscando outro caminho em função da pandemia porque não tem previsão de volta.”
A história de Jacira, segundo ela, começa nos seus 19 anos. Natural de Venâncio Aires, voltava de bicicleta do trabalho no ano de 2001, quando morava no bairro Battisti, e foi atropelada por um caminhão na entrada do bairro, acabou perdendo parte da perna direita em função do acidente. Casou, teve filhos, foi presidente do bairro e, inclusive, há cerca de dez anos foi candidata a vereadora. Morou por um tempo em Florianópolis, Santa Catarina, mas retornou para Venâncio Aires, faz alguns anos. “Nunca senti tanta deficiência quanto agora. Quando perdi parte da perna aos 19 anos anos não tive tanta dificuldade quanto agora”, destaca ela, que em função de não poder caminhar depende de alguém para levar a filha de três anos, que nasceu com má formação congênita, para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).
Jacira sonha em voltar a trabalhar e a estudar. “Só quero mostrar a minha capacidade e voltar a ter uma vida normal”, diz Jacira. Ela acrescenta que a ‘alta’ do INSS só mostra que ela pode ser igual as outras pessoas e que por ter uma prótese na perna não impede que esteja reabilitada ao trabalho. “Quero fazer uma faculdade ou um curso de farmácia”, ressalta.
Busca de recursos
Para viabilizar um novo atendimento e voltar à rotina, uma amiga de Jacira criou uma vaquinha na internet. “Tenho vergonha de pedir pra mim, mas já pedi tanto pelos outros. Se todas as famílias das quais eu saí da minha casa e fui fazer algo por elas, o simples fato de compartilharem a minha vaquinha e a minha história já é uma ajuda”, diz Jacira.
Quem quiser auxiliar pode contatar pelo site ou pelo WhatsApp (51) 99546-5825.