O Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) assinou na última terça-feira, 24, o contrato com a empresa São Sebastião Medicina Diagnóstica Ltda para implementação da ressonância magnética em Venâncio Aires.
A previsão é que o serviço esteja à disposição da comunidade ainda no primeiro trimestre de 2022 e, quando isso acontecer, a demanda de exames via Sistema Único de Saúde (SUS) será realizada ‘em casa’. “É uma grande notícia, que vai facilitar a gestão, mas principalmente para o usuário, que não precisará mais se deslocar. Se tiver como fazer aqui, será tudo aqui, com um contrato direto com o hospital”, destacou a assessora da Secretaria de Saúde, Rosane da Rosa.
Atualmente, Venâncio tem convênio, via Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), com os municípios de Santa Cruz do Sul e Cachoeira do Sul. Enquanto na cidade vizinha acontecem ressonâncias de joelho, quadril, coluna e ombro, por exemplo, em Cachoeira (referência para neurologia), vão casos específicos de crânio e coluna. É para lá, aliás, que está a maior demanda represada. De acordo com informações da Secretaria de Saúde, são 150 pacientes de Venâncio Aires na espera. “Com a pandemia, Cachoeira ‘segurou’ muita coisa e retomou neste mês. O objetivo é conseguir encaminhar a maioria desse exames até o fim do ano”, projetou Rosane.
Compra
Cachoeira do Sul oferece 17 ressonâncias por ano a Venâncio Aires, o que não dá a fluidez esperada à fila. No entanto, a Prefeitura recebeu recursos de uma emenda parlamentar de R$ 250 mil (através do deputado federal Marlon Santos, do PDT) e vai ‘comprar’ 119 exames em Cachoeira para agilizar as análises nos próximos meses. “Provavelmente não será tudo feito no tempo que gostaríamos, então talvez muita coisa já aconteça em Venâncio”, estimou a assessora da Secretaria de Saúde.
Além desses 119 exames de ressonância em Cachoeira, os R$ 250 mil serão usados para custear mais 1,4 mil exames de imagem, como tomografias, ecografias e endoscopias, que estão em espera na rede pública.
Quanto aos exames de ressonância feitos em Santa Cruz do Sul, que oferece, em média, 10 por mês a Venâncio, são cerca de 30 pacientes esperando. Nesse caso, mesmo com a pandemia, o serviço continuou e o tempo de espera fica em torno de três meses.
R$ 659,16 – é o que o Município gasta com uma ressonância magnética com contraste.
Informações ficarão integradas
A implementação da ressonância é considerada a última etapa da chamada ‘investigação por imagem’ e por isso Venâncio terá um serviço completo de exames radiológicos. Segundo o médico radiologista, Cristiano Köhler Silva, o serviço é fundamental para a prática médica, para descobrir ou investigar doenças. “Sentíamos falta dessa etapa em Venâncio, até porque não temos cidades desse porte sem ressonância. Pela complexidade, ela traz respostas e mais informações, que ficarão integradas com outros equipamentos que já existem. Então tudo ficará dentro da mesma instituição”, explicou.
Silva trabalha no HSSM há mais de três anos e é um dos sócios da empresa São Sebastião Medicina Diagnóstica Ltda. O nome, aliás, foi escolhido propositalmente em alusão ao hospital.
A integração de informações também foi destacada pela assessora da Secretaria da Saúde, Rosane da Rosa. “Os exames de raio-x e todos os demais que um paciente fizer, ficarão centralizados. Os médicos terão acesso aos prontuários, vai facilitar muito. E o paciente não precisa mais andar por aí com o exames embaixo do braço.”
Como Venâncio é referência para a microrregião, isso quer dizer que os pacientes de Vale Verde, Passo do Sobrado e Mato Leitão também devem fazer os exames de ressonância no HSSM.
Contrato
O contrato assinado nesta semana também prevê a reestruturação do primeiro andar do hospital (esquina das ruas Tiradentes com a Jacob Becker) onde está o Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI). Haverá uma reforma completa e a área por onde hoje se acessa o CDI será ampliada.
A ressonância deve ocupar um espaço de cerca de 80 metros quadrados, mas tudo dependerá do projeto arquitetônico. A reestruturação mexerá com as salas de faturamento e auditoria, além de outros setores administrativos, que devem subir para o 4º andar. Hoje, esse espaço está desocupado.
A parceria foi acordada para 10 anos e estipula que o hospital terá um percentual sobre o faturamento dos exames o que, inicialmente, será usado como reembolso para a empresa já que ela fará melhorias físicas. A estimativa é que em três ou quatro anos esse percentual vire receita para as finanças da instituição.
Participaram da assinatura do contrato o presidente do HSSM, Luciano Spies, o administrador, Luís Fernando Siqueira, e o secretário, Juliano Angnes; o representante legal da empresa, Clairton Izkovitz, e os médicos radiologistas e sócios da São Sebastião Medicina Diagnóstica Ltda, Cristiano Köhler Silva e Fabio Rafael Wasem Lopes, além da arquiteta Kátia Vinciprova.
R$ 4 milhões – é o investimento previsto com a reforma do pavimento e compra do equipamento de ressonância.