Mesmo com medo, Marciane Bergmann, 41 anos, decidiu mudar seu ramo profissional. A engenheira agrícola se formou em 2005 na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e atuou no ramo por alguns anos. Há cerca de três anos, conheceu as terapias alternativas (massoterapias diversas, reiki, massagem de bamboo, terapia com pedras quentes, relaxamento profundo, mapa numerológico e outros) e se encontrou. Fez cursos e, atualmente, atua como massoterapeuta e terapeuta alternativa.
Natural de Linha Isabel, interior do município, ela conta que o curso de graduação era um sonho, pois queria ajudar seus pais com essa formação. “Depois de formada, atuava com licenciamento de suinocultura e eu me realizava profissionalmente. Porém, como eu trabalhava em mais de 30 municípios gaúchos, viajava muito e tinha que deixar meu filho com outras pessoas, ficava muito longe da família, por isso decidi procurar algo mais próximo”, relata.
Depois de trabalhar em algumas empresas, Marciane teve a oportunidade de trabalhar em uma clínica que tinha terapias alternativas. “Ali me identifiquei e busquei profissionalização”, conta. Posteriormente, fez 16 cursos e começou a atender em sua casa.
Segundo ela, atualmente, a vida está mais calma, pois em casa consegue ter uma rotina mais tranquila com programação dos seus horários. “Temos desafios também, porque trabalhar com terapia, muitas vezes, é trabalhar com dores emocionais. Me torno uma ‘psicóloga’ dos clientes e tenho que ter responsabilidade em dar um atendimento de qualidade”, explica.
Marciane também observa que, nos últimos anos, as terapias alternativas têm sido mais procuradas e acredita que isso é devido à procura por espiritualização. “A vida está muito corrida, as pessoas ficam estressadas e desgastadas. Por isso, começam a buscar pelo relaxamento e cura interior”, considera.
MUDANÇAS
Para essa nova etapa na sua vida, Marciane teve que fazer algumas mudanças, para adaptar o espaço na sua casa para o local de atendimento. “Onde eu atendo era a sala e o quarto, mas fiz uma mudança radical, troquei tudo de lugar e deixei o ambiente com meu estilo”, explica.
Também destaca o apoio da família e dos amigos, pois foram as ‘cobaias’ dos serviços. “Meus amigos testaram todas as terapias e me ajudaram a formar uma boa clientela”, fala.
Marciane expõe que algumas pessoas já questionaram ela sobre a mudança profissionais, especialmente por ter formação superior em outra área. “Sempre digo que foi importante estar na faculdade, pois todo conhecimento que tive foi ótimo, não me arrependo, pois gosto também da agronomia, mas a terapia é uma paixão.”
Além da mudança profissional, ela também passou pela mudança interior, pois se autoajudou com as terapias. “Os cursos que fiz trabalham muito o empoderamento feminino, então pessoalmente passei por outras mudanças. Evoluí muito trabalhando com isso, sou outra pessoa.”
“Eu gosto das duas profissões, não veria problema em ter que atuar como engenheira agrícola de novo, mas me encontrei nas terapias alternativas.”
MARCIANE BERGMANN
Engenheira agrícola e terapeuta