Em um áudio que circula pelos grupos de WhatsApp desde a noite desta quarta-feira, 24, o diretor técnico do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), o médico Guilherme Fürst Neto, faz um apelo à classe médica de Venâncio Aires.
Ele pede apoio ao corpo clínico da instituição e demais médicos do município para que auxiliem no atendimento de pacientes com Covid. “Estamos precisando de todo auxílio médico neste momento, pessoas que saibam mexer com respirador, anestesistas, colegas que já passaram pelo intensivismo, colegas que tenham alguma experiência com a medicina interna, por favor, se apresentem”, apela o médico, no áudio remetido aos colegas de profissão. No áudio ele reitera que toda ajuda é importante. “Nós vamos precisar de ajuda. Se alguém puder ajudar duas horas está valendo muito”, frisa.
Segundo ele, com a abertura de mais leitos de UTI, é urgente a composição de novas escalas médicas de atendimento em UTI, 24 horas por dia. “Se não tiver mais médicos, não adianta abrir leitos”, disse Fürst Neto, em entrevista à Folha do Mate, nesta manhã.
“Nossos vizinhos também estão lotados. Ninguém vai nos socorrer.”
GUILHERME FÜRST NETO – Diretor técnico do HSSM
De acordo com o diretor técnico do HSSM, a falta de leitos é uma realidade em todo o estado, inclusive o sistema de regulação de leitos solicita que os hospitais façam remanejamentos internos.
Depois de fechar, na segunda-feira, o Pronto Atendimento para acomodar pacientes Covid, nesta quarta-feira a direção da instituição anunciou que a sala de recuperação do bloco cirúrgico deve ser utilizada para instalação de mais cinco leitos de UTI. Segundo ele, há sete pacientes na Emergência aguardando leitos de UTI. “Nossa equipe não tem mais como ser expandida sem a ajuda do corpo clínico. Está na hora do corpo clínico aparecer, se apresentar, de ajudar da forma que for, seja olhando pacientes internados de baixa complexidade, atendendo na UPA ou nos seus consultórios”, relata no áudio.
Diante de todo esse cenário, férias e folgas das equipes foram suspensas, e inclusive, enfermeiros que faziam trabalhos administrativos já foram remanejados para atuar na linha de frente.
