Entenda a diferença entre o DIU e o Essure, contraceptivo proibido pela Anvisa no Brasil

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O que antes era uma alternativa para tornar as mulheres inférteis, hoje é uma agressão à saúde. Foi por isso que o Essure deixou de ser comercializado desde esta semana. A proibição de seu uso foi decretada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por este também ser um dispositivo implementado no corpo da mulher, surge a dúvida: Qual a diferença entre o DIU e o Essure?

O DIU

O primeiro é uma pequena estrutura que é colocada no interior da cavidade uterina através de um procedimento relativamente simples (dispositivo intrauterino). Sua eficácia chega a 99%. Existem dois tipos deste dispositivo:

DIU de Cobre

O DIU de cobre não contém hormônios e funciona dificultando a fecundação e impedindo que o óvulo se fixe. Ele normalmente está relacionado com o aumento da menstruação e cólicas. Algumas vezes o fluxo se torna tão intenso que a paciente pode apresentar anemia.

DIU de Progesterona

Este dispositivo, por possuir hormônios, diminui a cólica e o fluxo menstrual, além de atuar, assim como o de cobre, dificultando a fecundação e impedindo a fixação do óvulo. Entretanto, ele apresenta alguns efeitos adversos, tais como surgimento de manchas, dores de cabeça, dores nos seios e atraso de menstruações. Além disso, algumas pacientes podem apresentar depressão, perda do desejo sexual e aumento de peso.

Estes efeitos colaterais fazem com que o DIU possua uma certa semelhança com o Essure.

O ESSURE

Mas o segundo método traz mais malefícios à saúde do que se imagina, por isso, saiu de circulação. A aplicação dos metais pode causar efeitos colaterais, incluindo perfuração do útero e/ou trompas de falópio, inserções na cavidade abdominal ou pélvica, dor persistente e suspeita de alergia ou reações de hipersensibilidade. Se o dispositivo precisar ser removido por conta de tais eventos adversos, um procedimento cirúrgico será necessário, já que o método é definitivo.

A diferença entre o DIU e o ESSURE

A diferença entre ambos, DIU e Essure, é que o DIU pode ser usado por qualquer mulher que esteja com sua saúde normal, sua utilização e comercialização não foram proibidas pela Anvisa. Sua remoção também é mais simples, não é necessário uma cirurgia, conforme detalhado abaixo:

Procedimento de retirada do DIU

O procedimento médico pode ser através de uma ferramenta utilizada para alargar a vagina e facilitar a observação do cerviz. Se o médico tentar removê-lo sem sucesso, ele pode utilizar uma escova cervical, um pequeno pincel que se parece com um aplicador de rímel. A escova é inserida, torcida e puxada, agarrando os braços retraídos ou presos do DIU e removendo o dispositivo. Se isso também não funcionar, o médico pode utilizar um gancho fino de metal. Esse método pode requerer diversas tentativas, dependendo do deslocamento do dispositivo. A cirurgia só é realizada em último caso.

CASO COM O ESSURE

Em depoimento à Revista Crescer, Maria de Lourdes Felix Medeiros, 45 anos, divulga parte de sua luta contra os efeitos colaterais que foram proporcionados pelo produto e explica tudo o que fez para tornar público os malefícios deste sistema.

Maria de Lourdes fez de tudo para que as autoridades soubessem do mal que o Essure podia trazer à saúde das mulheres. Apesar de não ter recebido uma resposta formal, ela acrescenta que ficou muito feliz com a proibição por parte da Anvisa.

Proibir o Essure no Brasil foi a melhor coisa que poderiam ter feito. Os governos de outros países, como França, Alemanha e Estados Unidos, têm feito vistas grossas para esse problema.

Um outro fator discutido foi a importância na orientação dos profissionais na área da saúde, que necessitam de conhecimento para lidar com esta questão. Para realizar a retirada é preciso fazer a histerectomia, cirurgia de retirada do útero e das trompas.

Depois de um tempo do implante, Maria de Lourdes passou a ter dores de cabeça constantes, depressão, dores musculares e nas articulações, hemorragias durante o período menstrual e muito cansaço. Assim que o problema foi realmente diagnosticado, ela realizou uma cirurgia, e além de ter retirado o útero e as trompas, passou por um processo de desintoxicação, proporcionado pelo uso do metal.

A cirurgia foi realizada na Tailândia e a paciente teve que dispor de um valor considerável para reverter o problema. Ela também salienta a importância do Sistema único de Saúde (SUS) oferecer este procedimento.

 

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