Identificar os sinais do Transtorno Espectro Autista (TEA) é uma tarefa bem difícil, por isso, é importante estar sempre atento ao comportamento das crianças, principalmente na fase de desenvolvimento motor e cognitivo. A condição neurológica geralmente se apresenta entre os 6 e 7 meses, contudo, pode se manifestar após os 2 anos, conhecido como autismo retrógrado.
De acordo com a equipe multidisciplinar que atua no Espaço Terapêutico Evoluir, o transtorno nasce da predisposição do próprio organismo. A terapeuta ocupacional Elysa Zart explica que a condição está relacionada ao fator genético e neurobiológico (falta de estímulo). Ela acrescenta que não há uma causa definida para o transtorno. “Esta condição não tem cura, mas, com terapia, é possível superar os sintomas apresentados, que geralmente se manifestam na fase inicial da vida, quando os bebês não reagem aos estímulos dos pais”, esclarece.
Mesmo assim, para se constatar o diagnóstico, é necessário que a criança ou adulto apresente dificuldade na comunicação, comportamento, interação social e disfunção sensorial, ao mesmo tempo.
Os profissionais do Espaço Terapêutico Evoluir, o transtorno pode ser classificado em quatro fases: altas habilidades, leve, moderado e grave. Além da Síndrome de Asperger (cognitivo avançado), que é um Transtorno Espectro Autista mas, não se classifica como autismo, pois não possuem dificuldades.
O diagnóstico, fornecido pelo neuropediatra, nem sempre é imediata. Em alguns casos, é preciso fazer uma avaliação e um acompanhamento contínuo para definir o grau de evolução. Nestes casos, os profissionais entram em ação, para perceber quais são os interesses da criança e as aptidões. “É necessário ter disposição e um olhar aberto para identificar as preferências e trabalhar as potencialidades dos casos, em específico”, avaliam as especialistas, acrescentando que, durante a avaliação, é preciso valorizar os pontos positivos de cada paciente.
ESTÍMULO
Mesmo que as crianças tenham um acompanhamento com profissionais da área, para ter uma melhor qualidade de vida, o papel da família também é fundamental. Durante a quarentena, grande parte das pessoas teve que mudar a rotina de trabalho e da escola das crianças. Para quem convive com crianças autistas, essa mudança na rotina pode ter causado ainda mais insegurança e ansiedade. No entanto, as profissionais orientam os pais para seguir uma rotina.
Orientações para atividades em casa
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Fazer o possível para dormir, brincar e ver televisão, nos mesmos horários
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Antecipar as atividades que devem ser realizadas durante o dia (nunca fazer uma ordem imediata)
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Evitar a exposição aos meios eletrônicos (celular e computador). Geralmente, eles ficam ansiosos e comem mais, causando um descontrole na alimentação.
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Fazer atividades ao ar livre. Para as pessoas que moram em apartamento, uma dica é colocar terras em caixas e colher grama na rua, para criar experiências sensoriais.
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Convidar as crianças para ajudar na cozinha ou nos trabalhos domésticos, respeitando as limitações de cada um
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Manter a organização dos brinquedos, colocando etiquetas nas caixas de armazenamento. Isso desperta o foco e auxilia as crianças a fazerem escolhas.
“Todas as crianças autistas são diferentes. É necessário fazer o acolhimento não só da criança, como também da família e estar aberto para conhecer esta criança, para que assim, ela se sinta a vontade e tenha uma evolução mais significativa.”
ELYSA ZART
Terapeuta Ocupacional
Espaço Evoluir
O Espaço Terapêutico Evoluir conta com uma equipe multiprofissional das áreas da pedagogia, psicologia, terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia. A empresa oferece serviço especializado às crianças com atraso de desenvolvimento e psicomotor, alterações na comunicação, disfunções sensoriais, seletividade na alimentação e atraso de aprendizagem, características de pacientes que apresentam Transtorno Espectro Autista (TEA). A empresa, localizada na rua Tiradentes 1077, sala 502, e também oferece atendimentos a jovens e adultos.