Exercício físico: bom para a futura mãe e para o bebê

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Se não houver contraindicação, o recomendado é fazer. Exercícios físicos são indicados para qualquer pessoa, de qualquer idade, assim como para aquelas mulheres que carregam dentro de si uma vida à parte. Gestantes podem e devem fazer atividade física e um exemplo bem bacana virou rotina nos últimos meses em uma academia de Venâncio Aires.

Foto: Débora Kist

É na Studio Vittality que uma educadora física e duas alunas, cada uma em estágios diferentes da gravidez, mantêm um cronograma específico de exercícios à espera dos seus bebês. O caso de Júlia Grasiela Traesel, 40 anos (o parto em vias de acontecer a qualquer momento), chama a atenção pela desenvoltura das pernas e quadril mesmo com um barrigão de quase 39 semanas, à espera de Alice, a primeira filha. “Claro que fazer exercícios antes da gravidez facilitaram para mim, mas o importante é que, mesmo para quem já praticava, é necessária uma readaptação”, avaliou Júlia.

Conforme ela, foram eliminados os exercícios de grande impacto, que não devem ser realizados na gravidez porque podem causar dores ou até mesmo prejudicar o bebê. Dessa forma, em dois encontros semanais de 50 minutos, professora e alunas praticam agachamentos, elevação pélvica, exercícios de mobilidade articular, alongamentos de perna e de braço e caminhadas leves. Todos com baixa intensidade de carga e sem impacto.

Além disso, Júlia comenta que, para fazer a adaptação da rotina de exercícios, foi necessário se especializar. “Quando descobri que estava grávida [foi uma surpresa, já que aos 40 anos ela não cogitava mais essa possibilidade], estava com 10 semanas. Então comecei a me informar, fiz cursos, sempre orientada também pela minha ginecologista. Porque a gestante, se não tiver problema, deve continuar se exercitando, mas com cargas bem reduzidas, além de ter uma alimentação equilibrada.”

Corpo e mente

Talvez a frase seja um tanto clichê, mas exercícios físicos realmente são importantes para o corpo e e a mente. E essa máxima é comprovada pelas alunas também gestantes que frequentam a academia de Júlia. A professora Rokjajana Griesang, 29 anos, está grávida de 27 semanas da Isabela, que será a primogênita. “Exercícios são importantes demais, isso faz muito bem para a nossa cabeça, porque também diminui a ansiedade. Que grávida não fica ansiosa? Então estar aqui é trazer saúde ao bebê também. Se estamos bem, eles também estarão”, destacou Jana, como é conhecida.

A também professora Andréia Aparecida Ehlert, 41 anos, é a que tem a menor barriguinha no momento. Está com 19 semanas, à espera do segundo filho: Bernardo ou Ricardo (a definição do nome sairá em conjunto com o marido).

Andréia vinha tentando engravidar há dois anos e, por isso, essa gravidez muito desejada requer atenção também. Parou logo de andar de bicicleta com seu grupo de pedal, para manter apenas atividades bem leves na academia. “A mãe estando bem, o bebê também estará. Previne diabetes, problemas no coração e ajuda no ganho de peso ideal do bebê”, mencionou a professora. Ela comentou ainda que uma amiga do grupo de pedal, que também está grávida, parou com a bike e optou pela hidroginástica, outro exercício bastante recomendado para as grávidas.

Foto: Débora Kist

Orientação

Para a ginecologista e obstetra Daniela Bruxel (médica da Júlia e da Jana), os exercícios, trazendo bem-estar à saúde materna, com certeza beneficiam o feto, já que a gestante vai ter menos risco de desenvolver doenças na gestação. “Ou mesmo ajudar no controle de algumas condições como hipertensão materna, diabete e obesidade. Também diminui a ansiedade e prepara melhor o corpo para um parto normal. Tudo isso contribui para a formação de um bebê saudável.”

Daniela destaca ainda que os exercícios devem ser evitados em situações que há riscos à gestação, como trabalho de parto prematuro, sangramentos em qualquer trimestre, ou alterações fetais e maternas em que o repouso da mãe seja necessário, como na restrição de crescimento intrauterino ou pré-eclâmpsia (complicação potencialmente perigosa, caracterizada por pressão arterial elevada).

A médica diz que a idade não é um fator determinante para a prática de atividades físicas, ou seja, pode e deve ser praticada em qualquer idade. “O importante é avaliar cada gestante individualmente, saber se já praticava algo, o que gosta de fazer e, se possível, adaptar essas atividades para o período, sempre com orientação do educador físico.”

Daniela também ressalta que gestantes que não praticavam nada antes da gravidez, a recomendação é começar após as 12 ou 14 semanas. “Claramente se observa que grávidas que praticam alguma atividade física têm menos dores osteomusculares, mais disposição física, menos complicações na gestação e são mais tranquilas.”

Segundo a médica, as atividades mais recomendadas são: pilates, yoga, hidroginástica, musculação orientada e alongamento. “É preciso evitar exercícios de impacto ou que aumentem muito a temperatura corporal, como os aeróbicos intensos, assim como atividades que tenham risco de quedas ou traumas”, concluiu.

Para quem deseja um parto normal, há exercícios que ajudam a estimular, como alongamentos para a região pélvica (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

Seguimento

A prática de exercícios também é vista como caminho para facilitar o parto normal. Conforme Júlia Traesel, exercícios de estimulação pélvica são indicados para a mulher que quer evitar uma cesariana.

A própria Júlia tem se preparado assim e espera que Alice nasça pela forma natural. Nesta quarta-feira, 23, a educadora física completa 39 semanas de gestação e informou ontem que a filha segue quietinha, “no forno ainda”.

Quando a menina vier ao mundo, Júlia naturalmente ficará em licença-maternidade. Durante este período, para que as duas alunas gestantes sigam com as atividades, a profissional conta que vai ter a ajuda de duas educadoras físicas para substituí-la. “Enquanto as meninas puderem, elas continuam com os exercícios. E eu, assim que estiver bem para voltar, também retorno.”



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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