Que o Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) foi e ainda é uma peça fundamental na batalha contra a Covid-19, isso todos já sabem. Porém, para conseguir vencer esta ‘luta’, a instituição contou com ‘defesas’ por parte da União que custearam os tratamentos para todos que os pacientes que tiveram necessidade.
O administrador do HSSM, Luis Fernando Siqueira, afirma que durante a pandemia, a casa de saúde chegou a receber R$ 1 milhão por mês de verbas enviadas pela União para auxílio nos atendimentos motivados pelo vírus. No entanto, neste momento, com a redução de casos e internações, o valor diminuiu para R$ 317 mil ao mês e, no fim de março, a expectativa é de que a União pare de enviar recursos específicos.
Siqueira explica que o valor ainda recebido neste mês garante atendimento para pacientes que sejam internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por consequência da Covid. Já atendimentos em leitos clínicos de internação já são 100% custeados pelo hospital. Questionado sobre as dificuldades que a instituição pode passar com o encerramento da vinda destes recursos do Governo Federal, ele confirma que a perda do valor será sentida, já que a estrutura e os materiais inflacionaram durante a pandemia e no pós Covid.
“Materiais de EPIs (equipamentos de proteção individual), como luvas, óculos descartáveis e máscaras tiveram acréscimo nos valores sem previsão de baixar para o patamar anterior”, exemplifica. Medicações usadas para sedação dos pacientes e até o álcool gel tiveram aumento de valor. “Com certeza, o que mais vai nos prejudicar é este fator”, completa.
Discussão
Siqueira destaca que atualmente há uma discissão no Estado, na Federação das Santas Casas e nos hospitais para que ainda haja uma remuneração encaminhada aos hospitais pelos pacientes que ainda podem ser internados devido à Covid-19.
O administrador enfatiza que o fato da alta nos insumos já foi percebido pelo governo do Rio Grande do Sul, tanto que, em janeiro, o Estado encaminhou para a Prefeitura de Venâncio Aires R$ 830 mil para ajudar, com a finalidade de ‘sobrevivência’ neste pós-Covid-19. “O Estado já reconheceu e temos excelentes justificativas para comprovar isso, os valores estão muito diferentes”, diz o administrador.
“Na verdade ainda não sabemos ao certo se virá o valor para abril, mas com certeza, se não vier, teremos que reduzir custos e fazer cortes.”
Luis Fernando Siqueira
Administrador do Hospital São Sebastião Mártir
- 324 é o número de funcionários do HSSM que positivaram para Covid-19 durante a pandemia.
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