Muitos já devem ter ouvido falar que ‘a saúde começa pela boca’. Parece clichê, mas é importante reforçar estes cuidados, pois, quando o assunto é saúde, o corpo é incluído como um todo.
A saúde da boca engloba os dentes e demais estruturas importantes responsáveis pela fala, mastigação, trituração dos alimentos, língua, entre outros fatores. Se a higiene bucal não for realizada da forma correta, a boca pode ser a porta de entrada para uma série de situações.
O odontologista Jonas Caríssimi observa que a boca é responsável por receber os alimentos e todas as outras bactérias presentes em inúmeras situações do nosso cotidiano. “As frutas e embalagens são manipuláveis e nem sempre as bactérias são expulsas apenas com uma lavada. Roer unhas que passam por vários objetos, morder a tampa da caneta, que outros utilizam, lamber os dedos antes de folhear alguma página ou nos jogos de cartas, são alguns hábitos que também são comuns no dia a dia e que, às vezes, fizemos sem nos dar conta”, exemplifica.
O profissional comenta que, com a pandemia de Covid-19, a importância de higienizar com frequência as mãos ficou mais evidente e esse hábito deve ser mantido, pois reduz o contato dos alimentos – e consequentemente, da boca – com vírus, bactérias e fungos.
Placa bacteriana
O profissional explica que a placa bacteriana presente na boca de todas as pessoas é formada de bactérias (também por situações como as mencionadas acima), microrganismos e restos alimentares.
Segundo o cirurgião-dentista, a gengivite é uma das patologias mais frequentes e é causada pela higiene incorreta e pelo excesso de placa bacteriana, que em muitos casos, passam a calcificar, acarretando o que é conhecido como tártaro. “A limpeza da língua, o uso do fio dental, a escovação, o creme dental ideal, uso do enxaguante, a dedicação e tempo da higiene bucal serão fatores determinantes e responsáveis pelo não aparecimento de cáries e outras doenças bucais causadas pela má higiene”, orienta Caríssimi.
Doenças
Entre as doenças bucais mais comuns estão amigdalites, aftas, herpes e candidíases são frequentemente vistas na cavidade oral ou em torno dela. São nestas situações que surgem vírus, fungos e bactérias. “É neste momento que as medicações passam a se fazer necessárias para redução do impacto causado por estas patologias”, explica o cirurgião-dentista Jonas Caríssimi.
“Uma correta higiene e hábitos adequados podem contribuir para que diversas patologias não façam parte do diagnóstico da maioria das pessoas.”
JONAS CARÍSSIMI – Odontologista
Fio dental antes ou depois da escovação?
Os estudos mostram que a importância da utilização do fio dental antes da escovação. Ele facilita a remoção de restos alimentares e da placa bacteriana presente entre dentes e margem gengival, possibilitando que as cerdas da escova cheguem em locais de difícil acesso, quando não há nenhum impedimento alimentar. Quando a utilização do fio dental ocorre após da escovação, corre-se o risco de ter alimento trancado no local, não sendo possível higienizar adequadamente, com isso acumula-se placa bacteriana, que, neste caso, se torna responsável pela formação da cárie dentária, quando não eliminada corretamente.
Qual a escola dental ideal?
Existem diversos modelos, cores, tipos de hastes, cerdas e marcas. De acordo com o cirurgião-dentista Jonas Caríssimi, a escova adequada é aquela que irá remover a maior quantidade de placa bacteriana possível, que irá atingir os locais necessários.
Segundo o dentista é preciso observar a curvatura da escova, o tamanho, que varia de acordo com cada cavidade oral, e a flexibilidade, principalmente quem possui os dentes sisos, para que seja possível a higiene. Quanto às cerdas, devem ser macias ou extramacias. Isso porque as cerdas duras, são as responsáveis juntamente com a força excessiva da escovação pela retração gengival. Isso ocorre quando a gengiva marginal, que recobre a raiz dos dentes é desgastada, causando a famosa sensibilidade nos dentes, que também é confundida pelos pacientes, com cárie dentária, devido a dor que causa ao beber líquidos quentes ou gelados, sucção de ar e alimentos doces.
Dicas de higiene bucal
- Limpadores de língua – A saburra lingual – aquela placa com restos alimentares, microrganismos e bactérias presente na língua – é uma das responsáveis pelo mau hálito. Por isso, é fundamental que seja higienizada. Para isso, existem limpadores de língua comercializados em farmácias, que são feitos de materiais flexíveis, facilitando a higienização.
- Creme dental. Há várias opções de cremes dentais, específicos para cáries, gengivite, sensibilidade, para clarear os dentes, com flúor e sem flúor. O uso do creme dental deve ser racional na escova. O dentista Jonas Caríssimi observa que o creme dental indicado para clareamento é contraindicado a pacientes que possuem sensibilidade dentinária, pois possuem partículas em sua composição que interferem na abrasividade ao escovar, desgastando ainda mais a gengiva marginal.
- Enxaguante bucal. O enxaguante não deve substituir nenhuma das etapas da higiene. Recomenda-se sempre o uso como complemento à escovação. O uso do enxaguante possibilita remover todo o excesso existente na cavidade oral que as outras etapas tenham deixado a desejar, auxiliando na cicatrização gengival, remoção da placa bacteriana em locais de difícil acesso, melhora do hálito e para sanar o sangramento gengival. Em crianças a partir dos 7 anos, com supervisão de um adulto, pode ser usado de forma moderada, pelo menos uma vez ao dia, como complemento à escovação.
LEIA MAIS: