
Setor adulto do hospital está fechado após identificação de uma bactéria multirresistente e ainda não há data para retomar as internações.
O Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) espera o resultado de amostras coletadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto após a identificação de bactéria multirresistente no setor e que forçou o fechamento da unidade nos últimos dias. Segundo o administrador do HSSM, Luís Fernando Siqueira, esses resultados podem chegar entre esta quinta-feira, 25, e sexta, 26. Mas, mesmo com resultados negativos, a unidade não deve ser reaberta imediatamente. “Provavelmente precisaríamos mais alguns dias para alguns ajustes de equipamentos que vamos aproveitar para fazer. Vamos aguardar para ver, pois é um setor que está sempre muito ocupado e poucas oportunidades de fazer as manutenções necessárias”, observou Siqueira.
Conforme informado pela instituição, trata-se do ‘Acinetobacter baumannii’, “um microrganismo oportunista, de relevância clínica, frequentemente associado a infecções hospitalares graves e reconhecido por sua elevada capacidade de resistência a múltiplas classes de antimicrobianos”. A partir disso, os pacientes identificados como positivos foram isolados e se começou um monitoramento de existência da bactéria em outros pacientes. “Nós notificamos ao Estado, como é o protocolo. O Estado avaliou as condições e identificou também o risco de contaminação dessa bactéria. Ela, por si só, não gera um risco, não é uma bactéria que leva o paciente a óbito, mas em presença de outras comorbidades e da fragilidade de um paciente de UTI, ela se torna perigosa. Com isso, nós fechamos a nossa UTI Adulto”, explicou Luís Fernando Siqueira.
Reorganização
De acordo com o administrador do HSSM, eram seis pacientes na UTI, sendo quatro positivos e dois negativos. “Destes quatro positivos, um já evoluiu para melhora, já recebeu alta da UTI e está numa unidade de internação. Os outros estão com cuidado intensivo dentro do Pronto Atendimento. Isto acarretou no fechamento da nossa UTI Adulto e, por vezes, também numa restrição de acesso ao PA, que está servindo como suporte para a UTI Adulto.”
Ainda segundo Siqueira, os pacientes identificados com resultado positivo para a bactéria foram isolados em quartos dentro do Pronto Atendimento (PA), de forma que não influenciasse a operação do setor. Os pacientes identificados como negativos também foram alocados no PA em outros quartos isolados. “Nós começamos na sexta-feira [19] uma higiene profunda dentro da UTI. Profunda de desmontar equipamentos, uma limpeza da parede, do piso e todas as roupas de camas, inclusive os equipamentos mais complexos, como ventiladores e monitores. Essa higiene terminou na terça [23]. Fizemos a coleta de todo o ambiente da UTI, foram quase 50 coletas e estamos aguardando o resultado. Se todas derem negativo, poderemos retornar o fluxo de começar a programar a reabertura da nossa UTI”, destacou Siqueira.
Aumento de demanda na UPA
Com as medidas necessárias dentro do hospital, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no bairro Cruzeiro, se tornou a contingência para atendimentos. O superintendente administrativo da UPA, Rodrigo da Silva, confirmou que há um fluxo mais intenso. “A partir do momento que se tornou público o surto da bactéria e fechamento da UTI, nossa demanda aumentou consideravelmente, principalmente de pacientes críticos, com necessidade de internação hospitalar mais longa, ocasionando assim, maior tempo de observação dentro da UPA, até reorganização e liberação de leito no hospital.”